Venerável frei Santo de São Domingos

Venerável frei Santo de São Domingos, irmão religioso

Nasceu na Sicília, Itália, aos 5 de agosto de 1955. Filho de José Di Santo e Paula Berceri. Após 21 anos de casados nasceu esse filho, quase como um sinal do céu. Os pais eram muito devotos, cheios do temor a Deus. Amavam a simplicidade e todas as virtudes. O pai era sapateiro e a mãe dona de casa. Participavam muito da Igreja, sobretudo na adoração e Eucaristia. Na família, existia muita tranquilidade e harmonia, e com a chegada desse novo filho um motivo a mais para agradecer o Senhor. Frei Santo foi batizado um dia após o seu nascimento. Esse foi o início dos planos de Deus.

Ainda quando era criança se percebia nele o espirito de oração e de penitência. Seguindo o exemplo dos pais, começou a rezar todas as orações. Desta maneira começou a receber as primeiras instruções da fé. Não faltou sentimentos de piedade, confiança em Deus, e um grande desejo de fazer o bem. Quem sabe quantas vezes seus pais se perguntaram: o que será deste nosso filho. Os pais sempre pensam no bem dos filhos. Como pais cristãos, jamais pensaram na possibilidade de o filho viver longe do amor de Deus.

Com seis anos começou a trabalhar com o seu pai. Sábio e generoso, tratava as pessoas com bondade e todos estavam contentes pela sua boa maneira de tratar as pessoas. Com o passar dos anos, esse lugar de trabalho tornou-se um centro de vida espiritual. Se falava de coisas religiosas. Era um grande exemplo para todos. Fez a sua primeira comunhão com muito amor e devoção. O encontro com Jesus foi, não somente uma data histórica a ser lembrada para sempre, mas uma realidade para viver cada dia da sua vida com Jesus. De fato ele foi um eterno apaixonado pela Eucaristia.

Com a chegada da maturidade, sentia cada vez mais a necessidade de ajudar as pessoas, principalmente os pobres. Para ele, Jesus estava presente, principalmente, nos pobres. Muitas vezes, se mortificava de alguma coisa, para poder ajudar os mais necessitados. Desta maneira começou a nascer dentro de si o grande desejo de consagrar-se a Deus. Mas de que maneira. Aonde. Os caminhos do Senhor são inúmeros e todos levam para Deus.

Nutria sempre um grande amor a Jesus Crucificado. Contemplava Jesus na cruz, e o seu coração mergulhava neste sofrimento ao ponto de sofrer com Jesus na cruz. Durante o trabalho cantava de memória a oração da manhã da Paixão do Senhor. Ele sofria e amava. Assim se percebia nele uma vocação para a santidade. Quem vive com Deus já possui a chama da santidade. Com a permissão do seu pai, muitas vezes deixava o trabalho para acompanhar o sacerdote quando fazia visita aos doentes. Rezava e confortava os enfermos. Fazia muitos sacrifícios pela recuperação dos sofredores.

Nutria dentro de si, uma grande devoção para com Nossa Senhora. Recitava o rosário todos os dias e considerava Maria como a salvação de sua alma. Todos os dias visitava a Igreja de Nossa Senhora do Carmelo e ali permanecia em profunda oração. Uma vez saindo da visita de uma Igreja disse: “Nossa Senhora roubou meu coração”. Maria foi o seu guia mais seguro durante a sua vida. Foi neste ambiente de fé, trabalho, família, devoção a Maria, amor aos pobres e a Jesus que ele sentiu o chamado de Deus. Desejando consagrar-se a Deus, com 28 anos ingressa na Ordem dos Agostinianos Descalços. Uma escolha madura e por toda a vida. Sentiu muito forte o chamado a consagrar-se justamente numa sexta-feira santa durante o beijo da cruz. Os agostinianos passam a ser sua nova família. Foi acolhido no Convento de Marsala com grande estima da parte de todos os frades.

Entrou no noviciado no dia de Pentecostes, 18 de maio de 1684. Toda a comunidade participa daquele momento em que ele de joelhos diante do Superior implora a “misericórdia de Deus, a cruz de Cristo e a comunidade dos irmãos”. Nesta comunidade, Frei Santo era de exemplo para todos, os mais jovens e mais velhos. Suas virtudes sempre foram exemplares.

Frei Santo foi o servo dos pobres, cheio de amor e generosidade. A pobreza consagrada a Deus, não empobrece o homem, mas o torna ainda mais rico. É o meio necessário para possuir Deus, segundo o pensamento agostiniano. Ele era extremamente rico, porque era verdadeiramente pobre. Fez do amor aos mais pobres seu lema de vida, que viveu por 43 anos. Ele amava sua vocação e pedia sempre de poder ajudar os mais necessitados. Esta era sua missão.
Mas a sua grande vocação foi o amor a Eucaristia. Na Eucaristia Jesus se doa aos homens. Amava o Sacrário. Não existiu momento na sua vida que não fosse orientado por tanto amor. Diante do Sacrário fazia a sua experiência da eternidade e assim cada vez mais se doava completamente. A minha grande alegria é passar as horas de recreação diante do Santíssimo. Dizia ele quando sofria as tentações do diabo: “vou para o lugar onde o inimigo não pode fazer nada”. Recebia a Eucaristia todos os dias. A comunhão cotidiana o fazia cada vez mais forte e dócil a vontade de Deus e ao serviço dos irmãos. Era o alimento necessário para seguir em frente. A Eucaristia o fazia muito feliz e assim encontrava equilíbrio e serenidade para viver sua missão.

A vida de Frei Santo, foi sempre um caminho para a eternidade. Desejava unir-se com Nosso Senhor para sempre. Depois destes anos de consagração a Deus, sentia que a sua alma estava pronta para Deus. Amou todos indistintamente, mas sobretudo Deus. Os sofrimentos e as dificuldades o fizeram amadurecer na disponibilidade e no serviço. Sua obediência foi total. Chegou o tempo de restituir a sua vida, ao autor da vida, Deus. Nunca tivera medo da morte, aliás, um dia enquanto rezava pelos mortos no cemitério, disse: “em breve repousarei aqui”. Passou poucos meses e de fato isso veio a acontecer no dia 16 de janeiro de 1728.

A vida deste religioso consagrado a Deus, não termina aqui. De fato, o povo da sua cidade implorava para que fosse iniciado o processo de reconhecimento das virtudes de Frei Santo. Assim, deu-se início ao processo canônico no dia 12 de junho de 1728, cinco meses depois da sua morte. Foi preciso esperar 160 anos depois da sua morte para que a Congregação declarasse o reconhecimento das virtudes deste homem santo. Isso ocorreu no dia 26 de junho de 1940. A sua causa de beatificação foi retomada em setembro de 1981.

Frei Santo é um exemplo para os homens de hoje. É uma figura que pode ser apresentada nos dias de hoje como um modelo a ser imitado. Na sua terra, Sicília, Frei Santo está muito próximo do seu povo. É amado, querido e lembrado por todos como um religioso exemplar. Viveu o carisma agostiniano com autenticidade, humildade e simplicidade.


Santos no amor…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *