Venerável frei João de São Guilherme

Venerável frei João Nicolucci de São Guilherme, sacerdote

Nasceu em Montecassiano (Macerata) Itália no dia 15 de julho de 1552. Filho de Francesco Nicolucci e Francesca Piccinotti. Em 1570 entrou na Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. Após várias experiências em diferentes comunidades religiosas, inclusive como mestre dos noviços, pediu a permissão para retirar-se em um mosteiro. Tinha uma devoção muito especial à Paixão do Senhor e a Nossa Senhora.

No ano de 1621 sentiu-se atraído pela reforma dos Agostinianos Descalços sobretudo pelo voto de humildade, a radicalidade e fidelidade que viviam os frades.  Entrou a fazer parte desta Ordem em Battignano, diocese de Grosseto (IT). Foi agostiniano descalço por poucos meses, de maio até agosto quando veio a falecer. Deste dia em diante muitas pessoas se aproximaram dos seus restos mortais que se encontram em Grosseto para pedir graças pela sua intercessão. Dado estes fatos já em 1625, deu-se início à causa de beatificação recolhendo todos os testemunhos da sua fama de santidade. No ano 1771 foram aprovadas as virtudes, passando a ser reconhecido como venerável.

A sua vida se resume em três palavras: penitência, oração e apostolado. Um ótimo exemplo para os religiosos e leigos dos nossos tempos. Sua fama de santidade começou a se propagar em todos os lugares por isso mesmo sentiu a necessidade de fugir deste tipo de orgulho humano e escolheu viver no eremitério. As pessoas acorriam a ele atraídos pela sua espiritualidade e, sobretudo pela sua humildade. Padre Giovanni foi um homem completamente apaixonado por Deus, sua oração preferida era a contemplação do amor de Deus.

É valioso o testemunho do Bispo de Grosseto, Júlio Sansedoni: “Eu tenho toda certeza que não se encontra em seu tempo um Capuchinho, Agostiniano, Eremita, que tenha vivido assim como ele, em uma extrema austeridade a sua comunhão com Deus”. A sua união com Deus era muito forte sobretudo na contemplação que nem mesmo se dava conta dos sacrifícios. Caminhava sempre com os pés descalços. Viveu fortemente a espiritualidade de monge com uma rejeição total das coisas do mundo. O seu eremitério era muito rustico, pobre, simples, possuía apenas alguns livros e seus escritos. Preferia sempre usar um abito mais velho. Tudo o que as pessoas lhe davam como presente, logo fazia doação aos mais pobres. Portanto, era grande a generosidade que nascia no seu interior. Não tinha nem mesmo o necessário para viver bem. Recusava ser acolhido nos lugares onde reinava a abundância, preferindo sempre uma vida junto com os pobres. Na sua vida foi um homem das periferias. Deu preferência aos lugares e pessoas simples, mesmo que tivesse um bom relacionamento com as grandes personalidades que buscavam os seus conselhos. Frei João foi, portanto, um grande educador e promotor da caridade. Dispensou sua atenção não somente para com os pobres, mas também aos presos e aos doentes. Visitava muito as pessoas doentes. Em uma das cidades por onde passou, restaurou e fez funcionar novamente o hospital da cidade e providenciou tudo para o seu funcionamento.

A sua contemplação o levava a sentir as necessidades dos que mais precisavam e com o coração cheio de Deus mergulhava no apostolado. Mesmo amando a contemplação, estava sempre pronto a atender quem o chamava. O sofrimento humano repercutia fortemente dentro do seu coração, que chorava muito ao ver a dor dos outros. Por isso, a Diocese de Grosseto, durante o ano da misericórdia, o apresentou como modelo de sacerdote misericordioso, que sofria com as dores do próximo, e fazia de tudo para consolar e levar o perdão de Deus a todos. Como um verdadeiro agostiniano descalço foi contemplativo na ação e ativo na contemplação. Tinha um grande ardor missionário, que o impulsionava a levar a Palavra de Deus a todos, sobretudo de pregar a fé católica entre os infiéis e a morrer pela fé se necessário fosse. Sentia isso dentro de si como um grande fogo que ardia no seu coração. Apoiava, incentivava e gostava de ouvir as experiências dos missionários.

Frei João foi um grande mestre que ensinou a todos o caminho da perfeição, sendo exemplo não somente de uma virtude, mas de todas as virtudes que um cristão possa se exercitar. Foi reconhecido como um grande pregador com o exemplo e com a palavra. Quando terminava a celebração, todos o esperavam fora para poder cumprimenta-lo e receber uma benção especial. Muitas vezes fez a sua pregação em várias igrejas de Roma com a participação da Cúria Romana. Conta-se que durante a sua evangelização, muitos foram os milagres, exorcismos, conversões. Estes fenômenos fizeram aumentar ainda mais a sua popularidade de modo que por onde passava eram muitas as pessoas que desejam receber através da sua palavra, a Palavra de Deus.

A grande mensagem que este Venerável nos transmite é de uma imitação radical do próprio Cristo. Viveu intensamente a virtude da humildade, fugindo da fama, da gloria e dos rumores do mundo, na penitência, e na oração, com um fervor dentro de si, e um profundo amor para com o Senhor e os irmãos, especialmente os abandonados e indesejados. Foi um homem completamente apaixonado por Deus.

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