Revista Ide e Anunciai 38. OAD: para sempre gratidão

Evaldo José Palatinski

Olá, eu sou Evaldo José Palatinsky e gostaria de dividir um pouquinho da minha trajetória com você. Minha história com os Agostinianos Descalços começou num verão bem quente de 1983. Na casa de madeira, bem pobrezinha, chão batido e algumas frestas nas paredes, onde vivíamos os 7 irmãos mais o pai e a mãe, um dia apareceram 2 freis (Álvaro, que mais tarde se tornaria um grande amigo, e Doriano, que já no seminário, seria um verdadeiro pai para mim). O convite para deixar o duro trabalho de boia fria e partir para Ampére, me fez exultar de alegria nos meses finais daquele ano. Imagine! Entrei para cursar o Ensino Médio, antigo Segundo Grau, e passei 3 anos estudando no Cecília Meirelles. Depois, Toledo e Rio de Janeiro. Foram 9 anos de estudos e aprendizagens. Foi um tempo fecundo de descobertas e crescimento que impactaram minha vida para sempre: rotina, oração, estudo, recreio, ensaios, cursos, palestras, aulas… Ama et fac quod vis (ama e faze o que quiseres), Canta e Camina (canta e caminha)… Sero te amavi (Tarde te amei)… o latim, o grego, o italiano, os cantos e as músicas. Quanta saudade!

Saí no ano de 1993 e fui à luta. Comecei dando aulas para uma turminha do 3º ano do Ensino Fundamental I, no Pirlim Pim Pim, no Rio. Depois fui trabalhar com alunos maiores. Um dia surgiu uma oportunidade de fazer um curso de locução e aí começou minha história com o rádio.

Encontro dos ex-seminaristas, Ampére (PR),
dezembro de 2017.

Esse curso me abriu portas para um trabalho que envolveu 20 anos da minha vida: narração esportiva. Tive o privilégio de ser narrador da rede CBN e da Rádio Globo do Rio nas Copas do Mundo da Alemanha, da África do Sul e do Brasil.
Foram muitas viagens e muitas histórias em tantos campeonatos diferentes acompanhando os clubes do Rio de Janeiro.
Em paralelo, jamais deixei minha missão no magistério, onde atuo ainda hoje e sou muito feliz. Não tenho dúvidas de que só cheguei até aqui graças à formação que recebi em meus anos de estudos com os agostinianos: o respeito ao outro e às diferenças, a fé, a perseverança, a humildade…quantos valores ficaram impregnados no mais profundo de minha alma. Quantos e quantos amigos! Freis, benfeitores, colaboradores, professores… nomeá-los seria injusto, porque certamente esqueceria de alguém. Meu sentimento é somente de gratidão. Um caminho que percorreria de novo, sem a menor dúvida. Encerro com um dos fragmentos preferidos de Santo Agostinho em uma de suas obras mais conhecidas, as Confissões: “Fizeste-nos, Senhor, para Vós! E, inquieto estará o nosso coração enquanto não repousar em Vós”.
Uma vez agostiniano inquieto, eternamente inquieto! Muito obrigado, OAD!

Família de Evaldo José Palatinski.

A Província dos Agostinianos Descalços do Brasil, agradece a todos que fizeram parte da sua história e que continuam, de uma maneira ou de outra fazendo parte desta grande família…
‘’Uma alegria partilhada com muitos é maior  para cada um’’ (Santo Agostinho).

Dona Benvenuta

Benvenuta Helide Favretto nasceu em Veranópolis (RS), no dia 03 de novembro de 1915. Era filha de Enrico Favretto e Ana Angonese, tendo como avós paternos Gioacchino Favretto e Maria Ceccato, e como avós maternos Luigi Angonese e Lúcia Pigato. Ficou órfã aos 14 anos de idade, quando sua mãe veio a falecer em 1929, em conseqüência de um parto mal sucedido. Como era a 2ª de oito irmãos, teve que cuidar de seus 6 irmãos menores que ela, inclusive renunciando ao casamento para poder encaminhá-los. Permaneceu na casa paterna até os 41 anos de idade, isto é, 1956. Nesse ano mudou-se para Gaurana para trabalhar num hospital, que era administrado por freiras. No hospital ela trabalhou até 1964, quando a convite da diretoria da igreja matriz Santa Teresinha de Ampére e seu pároco Padre José Bosmans, veio trabalhar em nossa paróquia recém fundada. Ao longo de 36 anos, desde abril de 1964, aos últimos dias da sua vida trabalhou na casa canônica, auxiliando os padres na sua missão. Faleceu aos 27 de junho de 2000, aos 84 anos de idade.

Frei Nicola Spera, Einetes Spada, Dona Benvenuta, Ninetta, Claudete Simionatto.

Com esta simples homenagem a Dona Benvenuta a Província dos Agostinianos Descalços quer agradecer os inúmeros colaboradores da nossa missão. Todos os que nos ajudaram e ajudam nos seminários, nas paróquias, nos colégios.

Ângela e Adalton Cariello

A gratidão de Bom Jardim à Ordem dos Agostinianos Descalços é de longa data. Os primeiros vieram da Itália, adaptaram-se ao nosso jeito. Como se diz macarrão sempre, arroz e feijão bem-vindos também.

A alegria contagiante de Frei Francisco, mesmo que às vezes estivesse em apuros, como certa vez que foi visitar uma comunidade, também montado num burrico, como o Mestre. Prepararam a recepção e quando o avistaram soltaram foguetes. O animal se assustou e o jogou no chão. Ou quando foi batizar uma criança já maiorzinha, que ao sentir a água fria na cabeça xingou a mãe do padre. Muitos outros episódios, contava e ria na simplicidade e pureza do seu coração. Professor de história logo foi apelidado de Frei Bolinha. E atendia solícito.

Frei Luis Bernetti e Frei Antonio Desideri chegaram para animar os jovens. Aí chegou Frei Possídio. Não faltava mais nada. Formaram o primeiro grupo de jovens. Fizeram um lindo trabalho. Possídio transbordava caridade. Importantíssimo para toda a comunidade: a construção do Colégio Santo Agostinho: que proporciona desde sempre educação de qualidade, boa formação moral e religiosa. Por hora nosso seminário está desativado. Porém toda comunidade reza pelas vocações. Sempre choramos com os que partem e nos alegramos com os que chegam. Com a ajuda dos frades construímos capelas. A igreja matriz foi demolida e a obra concluída em dois anos e meio. A obra da praça da matriz construída sem nenhuma ajuda do poder público. E agora o sonho do centro pastoral que vai se realizando.
Obras materiais firmadas, porque com os frades ao longo do tempo refletimos sobre nossas atitudes, nos reconhecer pecadores e buscar a conversão. E assim cada um de nós pode sentir a dimensão pessoal da fé se manifestar e concretizar na comunidade unida como frutos das sementes lançadas pelos frades. Hoje, o trabalho pastoral é mais abrangente. E com a graça de Deus nosso pároco é incansável.

Uma Palavra de Gratidão aos Amigos e Benfeitores
Como o Adalton e a Ângela de Bom Jardim (RJ), nestes 70 anos, a Ordem no Brasil encontrou muitos amigos e benfeitores. Quantas famílias ofereceram seu carinho, sua atenção, seu tempo, seus bens aos frades e aos seus projetos. Recorda-se aqueles que doaram terrenos para construção dos seminários, de capelas e outras obras. Quantas famílias fizeram e fazem parte da Pastoral Vocacional em nossas paróquias e seminários. Quantas promoções para angariar fundos para construir e, depois, para manter a obra vocacional. Quantos coordenadores de pastorais e movimentos em nossas comunidades paroquiais colaboram com os párocos na evangelização. Quantos conselhos econômicos deram tudo de si para construir igrejas, capelas, centros de pastoral e outros espaços para a evangelização. O povo é maravilhoso, é guerreiro, é dedicado. Sem vocês amigos e benfeitores a Ordem não estaria onde está. A vocês a gratidão de todos os frades Agostinianos Descalços e o desejo de continuar contando sempre com a valiosa colaboração de todos.

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