Revista Ide e Anunciai 36. LXXVIII Capítulo Geral – 2017

Nunca nos abandonaste e, no entanto, sentimos dificuldade em retornar para ti. Vamos, Senhor, age, desperta-nos convoca-nos, inflama-nos e arrebata-nos, enche-nos de fogo e doçura! Amemos! Corramos.

Alguns meses já se passaram da celebração do 78° Capitulo Geral da Ordem dos Agostinianos Descalços, mas as doces e calorosas palavras de Santo Agostinho, acima citadas, ainda ressoam de modo intenso aos ouvidos e aos corações de todos os frades, estas de fato guiaram as orações e as reflexões de todos os religiosos da Ordem antes e durante o Capitulo Geral.

A celebração de um Capitulo Geral é sempre um momento especial para cada Ordem religiosa, normalmente acontece a cada seis anos e pela sua sublime importância, sempre é preparado com antecedência para que cada momento, cada decisão, seja tomada com a devida cautela na oração e na plena confiança em Deus.

E foi próprio com plena confiança na Providência Divina e na força do Espirito Santo, que continua sempre abrindo novos horizontes, que a Congregação Plenária de 2016, sem hesitar decidiu de celebrar pela primeira vez no Brasil o Capitulo Geral da Ordem dos Agostinianos Descalços escolhendo como sede o Seminário Santa Mônica de Toledo (PR).

Respondendo prontamente à decisão tomada pela Congregação Plenária a Província do Brasil se organizou e recebeu com alegria os religiosos vindos da Itália, Filipinas, bem como os do Brasil, para a celebração deste evento que, em 2017, coincidiu com os 425 anos de história da Ordem (1592-2017).

Participantes do Capítulo geral.

Os 25 religiosos participantes, cinco representes de cada Província e sete membros da Cúria Geral participantes por direito, tiveram a difícil e desafiadora missão de tratar os mais diferentes temas sobre a vida da Ordem e das Províncias seguindo e observando todas as diretrizes do direito próprio e universal.

Conscientes da grande variedade de temas que poderiam ser abordados durante o Capítulo, os capitulares, após muito dialogarem decidiram escolher alguns que segundo eles pareciam ser mais urgentes. Os temas escolhidos foram:

1. A revisão das Constituições e do Diretório.
2. A formação em seus diversos âmbitos.
3. A formação especifica para os párocos, mestres, ecônomos e priores.
4. A formação à interculturalidade e espírito evangélico.
5. A valorização dos religiosos.
6. Identidade e carisma da Ordem (tradução das fontes nas línguas correntes).
7. Espiritualidade agostiniana (conhecimento dos veneráveis da Ordem).
8. Uma nova organização da Cúria geral.
9. A colaboração entre as Províncias.
10. A Terceira Ordem e os grupos de inspiração agostiniana.
11. As iniciativas missionárias e o cuidado das missões.
12. Promoção vocacional.

Estes pontos guiaram as discussões e os trabalhos tanto em assembleia como em grupo, entre esses temas o que exigiu maior tempo e dedicação foi o da revisão das Constituições e do Diretório.

Sobre a importância da revisão destes dois textos normativos, vale a pena lembrar que já o Capitulo Geral de 2011 tinha expresso claramente o desejo de que tal trabalho fosse feito e sucessivamente também as congregações plenárias de 2014 e 2016, não somente confirmaram tal urgência, mas também trabalharam de modo direto em cima dos diversos números que necessitavam de mudanças. Portanto, os membros do 78° Capitulo Geral se encontraram diante da difícil missão de concluir o trabalho em andamento, tendo, contudo, já em mãos uma base escrita sobre a qual continuar trabalhando.

Quais foram porém, os motivos que levaram os frades do Capitulo Geral de 2011 e as sucessivas Congregações Plenárias a decidirem de realizar este trabalho?

Sem dúvida muitos foram os motivos que afloraram durante estes eventos, mas dois pontos basilares merecem destaque: a evolução dos tempos e a expansão da Ordem em diversos continentes. Com a evolução dos tempos também a Igreja cresce, se desenvolve e se renova assim também as normas que regem um instituto religioso precisam passar por este processo de atualização e renovação. Também a Ordem dos Agostinianos Descalços com o passar do tempo cresceu e se expandiu em terras de missões, novas Províncias nasceram, e consequentemente diversos números dos documentos que regem o governo da Ordem precisavam ser elaborados, revistos ou até criados.

Diante desta necessidade os Padres capitulares reunidos não mediram esforços e trabalharam assiduamente na revisão destes documentos desde a sessão V do dia 26 de abril até a sessão XLI do dia 22 de maio. O resultado foi sem dúvida muito positivo não somente pela conclusão do trabalho da revisão, mas também pela riqueza das discussões sobre outros temas emersos em assembleia ou nos grupos de estudos.

Obviamente o objetivo do Capitulo Geral não era somente tratar da revisão das Leis e Normas próprias, mas é difícil, neste momento, descrever em poucas linhas toda a riqueza do Capitulo para a Ordem, assim como não é possível descrever os inúmeros desafios emersos em todos estes dias de reflexão. Contudo os capitulares seguindo o esquema: agradecer, verificar, programar rever, deixaram a todos os religiosos uma condensada síntese sobre os diversos temas tratados bem como o novo texto das Constituições e do Diretório aprovados provisoriamente para serem apresentados à Santa Sé, estudados e atualizados nas diversas Províncias.

Membros da Cúria geral:
Prior geral: Frei Doriano Ceteroni (Italiano)
Primeiro Definidor geral): Frei Carlo Moro (Italiano)
Segundo Definidor geral: Frei José Valnir da Silva (Brasileiro)
Terceiro Definidor geral: Frei Dennis Duene Ruiz (Filipino)
Quarto Definidor geral: Frei Alejandro Remolino (Filipino)
Secretário geral: Frei Luiz Tirloni (Brasileiro)
Procurador geral: Frei Calógero Carrubba (Italiano)

No final dos trabalhos os capitulares louvando e agradecendo a Deus pelos frutos alcançados convidam todos os religiosos a se alegrarem e a guardarem o futuro cheios de esperança fazendo tesouro das palavras do papa Francisco:
“Onde estão os religiosos, há alegria». Somos chamados a experimentar e mostrar que Deus é capaz de preencher o nosso coração e fazer-nos felizes sem necessidade de procurar noutro lugar a nossa felicidade…Que entre nós não se vejam rostos tristes, pessoas desgostosas e insatisfeitas, porque «um seguimento triste é um triste seguimento». (LaC, II, 1).

Frei Valdecir Soares, oad

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