Revista Ide e Anunciai 19. Experiência Missionária: Ásia e África

O que significa ser Missionário? Quais as características necessárias exigidas de alguém, que deixa a própria terra para anunciar o Evangelho longe da própria Pátria?

Para mim ser missionário é estar disposto a obedecer o chamado que nos diz: “vem e segue-me”. As características para ser missionário são: 1-Desapego de si mesmo; 2-Desapego dos seus familiares e amigos; 3-Total confiança em Deus é a coisa mais importante, pois só ela nos faz superar o medo, a insegurança do desconhecido, as dificuldades da língua, cultura, comida, saúde, etc; 4-O missionário precisa ter vontade, coragem e humildade para mudar de mentalidade e chegar a ser um deles em muitos aspectos.

Como surgiu a ideia de ser missionário nas Filipinas e depois nos Camarões?

A ideia de ser missionário surgiu com a necessidade da Ordem e da Igreja, pois sempre trouxe muito presente comigo as palavras do Santo Pai Agostinho: devemos ir onde a Igreja precisa de nós. Quando surgiu a oportunidade e o pedido de disponibilidade por parte dos superiores tanto para as Filipinas como para África, o chamado de Deus foi mais forte, e eu me coloquei a disposição da Ordem.

Frei Gilmar com um grupo de seminaristas filipinos.

Quais as maiores gratificações na sua experiência missionaria?

A maior gratificação é perceber que em meio a tantas dificuldades Ele nunca me abandonou, e ver a realização da Sua promessa: “quem deixar Pai e Mãe, irmãos, campos… receberá o cêntuplo já aqui nesta terra…”

Frei Gilmar e um grupo de seminaristas camaronenses e congolenses.

Quais as primeiras e maiores dificuldades encontradas na missão?

A maior dificuldade é o sair de si mesmo. Depois, é claro, a língua diferente da sua, a ausência dos amigos, dos familiares. A diferença na cultura, na comida, nos costumes também representam dificuldades consideráveis.

Fale um pouco sobre a religiosidade do povo filipino e do povo camaronês. Existe muita diferença entre elas?

O povo filipino, podemos dizer, é um povo generoso para com Deus e para com os irmãos. Quando abraçam a missão seriamente, levam em frente sem medo das dificuldades. Tudo isso podemos ver nas comunidades e obras que foram edificadas nas nossas missões nas Filipinas.
Nos Camarões já é uma cultura diferente onde se encontra muitas dificuldades, por falta de iniciativa e ajuda por parte do povo, é uma cultura que espera tudo dos missionários e da Igreja. As maiores celebrações são as dos mortos. Existe muita miséria, muita corrupção. Não existe uma preocupação com o amanhã, em melhorar as coisas. A corrupção faz com que o povo perca a esperança num mundo melhor. O desafio para as missões é muito grande.

Como se desenvolveu o trabalho vocacional nestes dois países? O que mais marcou sua vida durante este período?

O trabalho vocacional foi realizado junto com as dioceses, nos encontros vocacionais por elas realizados. Também através da visita às universidades, às escolas, através do esporte, do anúncio pela internet, por meio de panfletos, etc.

Frei Gilmar Morandim, oad

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