Frei Antonio Desideri do Sagrado Coração de Maria
Frei Antonio nasceu no dia 05 de março de 1938, em Monsampolo del Tronto (AP), na Itália, filho de Francesco Desideri e Annunziata Domizi. Entrou na Ordem no dia 20 de outubro de 1950 no Convento São Lorenzo Martire, em Acquaviva Picena, na então Província Ferrarese-Picena. Fez a profissão solene no Convento Madonna della Misericordia em Fermo no dia 04 de outubro de 1959. Em Roma fez os estudos teológicos até o mestrado na Pontifícia Universidade Gregoriana de 1961 a 1965. Foi ordenado Diácono em Roma no dia 29 de novembro de 1964 e Presbítero em Acquaviva Picena no dia 06 de março de 1965 na igreja do Convento São Lorenzo Martire, pelas mãos de Dom Gaetano Michetti. Chegou ao Brasil aos 12 de abril de 1967, com apenas dois anos de sacerdócio. Até o final de sua vida pertenceu à província do Brasil. Nos 48 anos que fez parte desta Delegação e Província ficou fora do Brasil somente os seis anos em Roma como Prior geral, e os três anos em Pesaro. Os demais 39 anos dedicados ao Brasil.
Após os dois primeiros anos de sacerdócio no Convento Santa Maria dell’Itria em Marsala, onde foi mestre dos postulantes e professor de ensino religioso, no dia 11 de abril de 1967, partiu como missionário para o Brasil. Ocupou cargos de relevante responsabilidade seja dentro que fora da Ordem. Foi Prior nas comunidades: Imaculada Conceição em Bom Jardim (1973-1976; 1988-1999), Santa Rita em Ramos – Rio de Janeiro (1982-1988), Santo Agostinho em Pesaro (2009-2012). Foi superior Delegado do Brasil duas vezes (1988-1991; 1996-1999), Conselheiro Comissarial da Província do Brasil (2006-2009) e Prior geral (1999-2005), eleito no 75° Capítulo geral da Ordem. Dentro da Ordem foi ainda, por alguns mandatos, ecônomo local e várias vezes Deputado aos Capítulos gerais e comissariais. Trabalhou no Colégio Santo Agostinho em Bom Jardim como professor e como responsável, para isso conseguiu a licenciatura em Ciências Sociais, na Faculdade de Filosofia Santa Doroteia, em Nova Friburgo (RJ). Em seu trabalho pastoral foi Vigário paroquial nas paróquias N. S. da Conceição, em Bom Jardim (RJ) (1967-1973) e Santa Rita dos Impossíveis, no Rio de Janeiro (RJ) (2012-2015); Pároco nas paróquias São José do Ribeirão, em Bom Jardim (RJ) (1973-1976), Santa Teresinha e Santo Agostinho, em Ampére (PR) (1976-1982), Santa Rita dos Impossíveis, no Rio de Janeiro (RJ) (1982-1988), N. S. da Conceição, em Bom Jardim (RJ) (1988-1999), Santo Antônio, em Ourinhos (SP) (2006-2009) e Santo Agostinho, em Pesaro (Itália) (2009-2012); Vigário Forâneo na Diocese de Palmas – Francisco Beltrão (1976-1982) e na Arquidiocese do Rio de Janeiro (1982-1988); Vigário Episcopal na Diocese de Nova Friburgo (1988-1999).
Frei Antonio foi um religioso de vida simples e sóbria, de sorriso cativante, e homem de oração. Profundamente convicto da beleza da vocação religiosa e sacerdotal se doou completamente para a realização do projeto do Reino. Dotado de uma inteligência acima da média e de uma ferrenha vontade, nas escolhas que fazia não descia a compromissos quando se tratava de princípios e valores humanos e cristãos. Sabia como ninguém amaciar o impacto dos “nãos” que dizia, com responsabilidade, com a doçura das palavras. Nos vários cargos de responsabilidade que exerceu, teve sempre a coragem de tomar decisões difíceis, mesmo quando essas não eram aceitas, assumindo em primeira pessoa as consequências das mesmas. Era de conhecimento de todos o seu apego ao Brasil, terra que adotou como sua e da qual foi retribuído com uma acolhida sincera e generosa. No Brasil viveu um fecundo ministério sacerdotal dando testemunho de vida religiosa; cultivou e partilhou o valor da amizade e obteve o respeito também de quem não comungava das mesmas ideias e projetos. Nos últimos tempos sofria de perda de memória e tinha dificuldade de orientação, mas nada que fizesse pensar ao rápido declínio dos últimos dias. Havia retornado à Itália para festejar com os familiares e os confrades o 50° de ordenação presbiteral. Presidiu a solene celebração, na igreja de S. Lorenzo Martire, no domingo 15 de março circundado dos irmãos e irmãs, parentes e tantos amigos. Quis a Providência que terminasse a sua peregrinação no mesmo convento que o vira nascer à vida religiosa e ao sacerdócio, no dia 19 de março de 2015, poucos dias depois de completar 50 anos de sacerdócio.
Veja sua trajetória…
Bom Jardim (RJ): 1967 a 1976.
Ampére (PR): 1976 a 1982.
Ramos/Rio de Janeiro (RJ): 1982 a 1988.
Bom Jardim (RJ): 1988 a 1999.
Roma – Itália: 1999 a 2005.
Ourinhos (SP): 2006 a 2009.
Pesaro – Itália: 2009 a 2012.
Ramos/Rio de Janeiro (RJ): 2012 a 2015.