Revista Ide e Anunciai 6. Os pioneiros

Frei Francesco Maria Spoto de São José

Frei Francisco nasceu em Mussomeli (CL), na Itália, no dia 1º de janeiro de 1918, filho de Francesco Spoto e Maria Carrubba. Seu nome civil era Rosario Spoto, Na Paróquia San Giovanni em Mussomeli recebeu o batismo no mesmo dia em que nasceu (01 de janeiro de 1918), a crisma em 1924, a primeira eucaristia em 1925. Freqüentou a escola elementar em Mussomeli de 1925 a 1930. Entrou na Ordem como aspirante, frequentou o Ginásio no Convento de Santa Maria Nova (São Gregório da Sassola-Roma) de 1930 a 1934. No mesmo convento no dia 28 de agosto de 1934, começou o Noviciado e no dia 1 de setembro de 1935, emitiu a profissão simples. Iniciou os estudos filosófico-teológicos em Roma, fazendo em 1935-36 o primeiro ano; prosseguiu os estudos em Palermo até 1941. Em Palermo, na Igreja de San Gregorio Papa, aos 06 de janeiro de 1939, emitiu a profissão dos votos solenes. Aos 06 de setembro de 1940, recebeu o Diaconato e no dia 21 de dezembro do mesmo ano foi ordenado sacerdote pelo Card. Luigi Lavitrano.

1º encontro anual dos Frades Agostinianos Descalços do Brasil, Ampére (PR), 1982.

Dos 71 anos de sacerdócio, 35 forram transcorridos no Brasil, de 1948 a 1983. Frei Francisco foi um dos três primeiros confrades que no dia 12 de junho de 1948, a bordo do navio Andrea Costa, zarparam de Gênova e desembarcaram no Brasil, onde, na periferia do Rio de Janeiro deram início à Paróquia Santa Rita. Contemporaneamente ao ministério pastoral ele se empenhou para que se pudesse dar início a um seminário para a formação dos futuros agostinianos descalços. Preocupou-se também em qualificar-se, diplomando-se em Pedagogia e especializando-se em História (Geral e das Américas), e assim pode ensinar nas escolas particulares e públicas.

Foi designado de família nas comunidades do Rio de Janeiro (1948-1962) e de Bom Jardim (1962-1983). Exercitou os ofícios de Prior (Santa Rita, Rio de Janeiro de 1952-1961 e Bom Jardim de 1979-1983), Comissário Geral para o Brasil (1966-1970), Delegado do Brasil (1970-1976). Foi Pároco da Paróquia Santa Rita no Rio (1955-1961), Arquidiocese do Rio de Janeiro; da Paróquia São José (São José do Ribeirão) em Bom Jardim (1962-64); da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Bom Jardim (1964-82) na Diocese de Nova Friburgo, onde foi também membro e secretário do Conselho Presbiteral.

Em 1983, mesmo deixando do outro lado do oceano grande parte do seu coração, retornou definitivamente para a Itália, onde foi designado de família: em Trapani (1985-1988), Marsala (1988-1989; 2009-2012), Palermo (1989-2009).
Precedentemente, antes de partir para o Brasil, havia sido designado de família: em Palermo (1940-1945), Marsala (1941), Valverde (CT) com o ofício de Mestre dos aspirantes (1945-1948).

Escreveu: Gli Agostiniani Scalzi in Brasile: Memorie di un pioniere e altri ricordi, nel IV centenario della Riforma. Valverde: s.e., 1990.

Frei Francisco Spoto viveu a sua consagração e o seu sacerdócio com alegria e fidelidade. Era um homem de serenidade e cordialidade transparentes, que suscitava imediata simpatia. Ressaltava nele uma profunda humanidade e espiritualidade. Era um homem de comunhão. Amava profundamente a Ordem pela qual rezava e, nas últimas internações no hospital, oferecia os seus sofrimentos ao Senhor. Deixa como lembrança a todos o seu sorriso.
Frei Francisco faleceu dia 02 de setembro de 2012. Tinha 94 anos, dos quais 71 de sacerdócio.


Frei Luigi Raimondo do Sagrado Coração

Frei Luiz Raimondo, um dos primeiros que chegou no Brasil, em 1948, depois de alguns anos servindo a Ordem no Brasil, resolveu passar para a Diocese de Petrópolis. Dedicou-se por 39 anos à Paróquia Santa Ana, em Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul (RJ). Foi ele que construiu o Santuário Bom Jesus de Matosinhos, nesta mesma paróquia, inaugurado em 1959. Frei Luiz nasceu aos 17 de janeiro de 1912, portanto, veio para o Brasil com 36 anos de idade. Faleceu aos 14 de fevereiro de 1992, e está sepultado dentro do Santuário, aos pés do altar do Senhor Bom Jesus. A ele nossa gratidão pelos anos dedicados à Ordem e pelos anos dedicados à Igreja do Brasil.

Inauguração do Santuário, 1959

Santuário Bom Jesus de Matosinhos, Paraíba do Sul (RJ)


Frei Antonio Sccacchetti de Santa Rita

Frei Antonio Sccacchetti de Santa Rita, também um dos primeiros que chegou no Brasil, depois de alguns anos trabalhando na Paróquia Santa Rita dos Impossíveis, no Rio de Janeiro, deixou de exercer o ministério sacerdotal.


Frei Luigi Fazio de São José

Frei Luiz Fazio nasceu aos 24 de julho de 1917, na província de Genova (IT). No dia 13 de novembro de 1932 iniciou o noviciado em Genova e fez a profissão simples aos 19 de março de 1934, em Santa Maria Nova, onde concluiu o noviciado. A profissão solene a fez aos 26 de julho de 1938. A ordenação sacerdotal aconteceu aos 13 de julho de 1941.
Frei Luiz ficou pouco tempo no Brasil, devido a problemas de saúde. Chegou no dia 23 de abril de 1951 e retornou em 1955. Neste período assumiu o ofício de pároco da paróquia Santa Rita dos Impossíveis de 1952 a 1955.

Era um religioso muito aberto e jovial. Gostava muito da vida comunitária e a colocava em prática com muitos gestos de compreensão, bondade e generosidade. Não colocava limites na sua obra de caridade sempre ajudando a todos que dele se aproximavam, por isso era uma pessoa muito estimada, recebendo o reconhecimento de todos.

No início de julho de 1971, foi internado e fez uma cirurgia de úlcera, após sérias complicações devido à diabete, fez outras 5 cirurgias. Durante a doença, a qual enfrentou com muita resignação, pediu várias vezes o sacramento da confissão, e recebeu a comunhão todos os dias. Faleceu aos 17 de agosto de 1971, com apenas 54 anos de idade.


Frei Vincenzo Mario Sorce de Santo Inácio

Aos 94 anos de idade nos escreveu algumas linhas recordando os primeiros anos da missão OAD no Brasil.

Cheguei no Rio de Janeiro no mês de abril de 1951. A cidade fervia pela festa de São Jorge. Lembro de uma canção que a rádio transmitia continuamente: “Índia”, um canto suave que exprimia a saudade do povo indígena. Nossa casa: três quartos bem pequenos, mais um cubículo. Encostado no muro do nosso terreno, cozinha e banheiros. As visitas (até o Embaixador da Itália!) eram recebidas debaixo das árvores.  O serviço nas paróquias foi uma boa escola de apostolado.
Devoção a Santa Rita: orações particulares toda quinta-feira. Prática das “Quinze quintas-feiras”.

Frei Nei Márcio Simon, Frei Mario Genco, Frei Vincenzo Sorce, Frei Gelson dos Santos Lazarin e Frei Leandro Xavier Rodrigues, interior do Santuário Nossa Senhora de Valverde, 
2018.

 


 

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