Revista Ide e Anunciai 3. Ordem dos Agostinianos Descalços

Santo Agostinho é um dos grandes santos da Igreja Católica. Com sua brilhante sabedoria, iluminou o mundo com seus escritos e suas explanações sobre a doutrina cristã católica. Por isso é considerado doutor da Igreja. Deixou-nos muitos livros dos mais variados temas. É um dos santos mais citados em todos os tempos. Viveu entre os anos 354 e 430. Foi sacerdote e Bispo de Hipona, Norte da África. Aurélio Agostinho, como se chamava, nasceu em uma família, onde seu pai Patrício era pagão e sua mãe Mônica era cristã. Em sua infância Agostinho seguiu mais o exemplo do seu pai, e, apesar das orações da mãe, não participava da Igreja católica.

Começou a estudar e logo perceberam que o menino tinha uma grande inteligência. Recebeu, então, incentivo para continuar seus estudos, até se formar em retórica. Começou a dar aulas e a ficar famoso com seus discursos. Neste período Agostinho buscava insaciavelmente a felicidade, a verdade, e não conseguia encontrá-las. Sua mãe, nunca desistiu de rezar e pedir a Deus pela conversão do filho. Na busca de melhorar sua vida, mudou-se para a Itália. Sua mãe, mesmo sem ele saber, foi atrás dele. Procurava estar sempre perto do filho para o ajudar a encontrar o verdadeiro caminho da felicidade.

Em Milão (IT), Agostinho encontra-se com Santo Ambrósio e começa a ouvir seus sermões. A busca continuava e era incansável, até que um dia o milagre, a graça, o dom da conversão aconteceu, era o ano de 387, quando já estava com 33 anos de idade. “Toma e lê” dizia a voz vinda do céu. Ele pegou e leu, e foi na Escritura que encontrou a fonte para matar sua sede de infinito. Recebeu o batismo e voltou para sua terra, onde passou a viver em comunidade com alguns amigos. Seu objetivo era formar um só coração e uma só alma voltados para Deus. Inspirado nas primeiras comunidades cristãs, Santo Agostinho escreveu uma regra de vida, para aqueles que quisessem seguir seus passos. Esta regra ilumina o caminho de inúmeras famílias religiosas, inclusive nós, Agostinianos Descalços. Após um tempo vivendo em comunidade, Santo Agostinho foi ordenado sacerdote e, em seguida, Bispo de Hipona, mas nunca deixou de lado seu ideal comunitário.

Depois de muitos séculos, sendo que muitos mosteiros seguiam independentes a regra de Santo Agostinho, em 1256, em Roma, o Papa Alexandre IV, expressou a vontade de que todos os mosteiros que seguiam a mesma regra de Santo Agostinho fossem unidos numa grande Ordem religiosa. Foi assim que nasceu a Ordem de Santo Agostinho. Esta Ordem teve um grande desenvolvimento e começou a exercer também o carisma apostólico, uma vez que no início a predominância era a vida eremítica. Assim, ao longo dos séculos, ela foi crescendo e se tornou grande e importante na história da Igreja. Com o crescimento e os séculos de existência veio também, como para toda a Igreja da Idade Média, o distanciamento das origens e o esfriamento espiritual.

No século XVI toda a Igreja, impulsionada pelo Concílio de Trento, estava passando por uma profunda reforma. Este anseio pela reforma atingiu também as Ordens religiosas de então, inclusive os Agostinianos. Estes começaram, então, movimentos de renovação da vida espiritual e comunitária. Foi neste contexto, que um grupo de Agostinianos, atendendo ao anseio da Igreja, e impulsionados pelo 100º Capítulo Geral da Ordem de Santo Agostinho, de 19 de maio de 1592, decidiram viver uma vida mais austera, voltada para a vida comunitária, vida de oração e de penitência. O dia 20 de julho de 1592, marca o início desta nova experiência, que no futuro recebeu o nome de Ordem dos Agostinianos Descalços. O nome descalço é justamente expressão deste anseio de reforma, de retorno às origens, de austeridade e santidade.

Os Agostinianos Descalços, nascidos na Itália, se desenvolveram e se espalharam pela Europa. No seu apogeu, por volta de 1700, contavam com mais de 2 mil religiosos. Escreveram lindas páginas missionárias nos séculos XVII e XVIII no Tonquim e na China. No século XX resolveram vir para o Brasil, mais precisamente em 1948, e por aqui também escreveram, e continuam escrevendo, lindas páginas.

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