Revista Ide e Anunciai 29. Os Agostinianos Descalços em Colíder (MT)

A Congregação dos Padres Sacramentinos deixou a Paróquia em janeiro de 2011. Então o Bispo Dom Gentil de Lazari, enviou uma carta ao Prior provincial da Ordem dos Agostinianos Descalços, em Ourinhos, pedindo auxilio imediato.
Já no dia 06 de fevereiro de 2011, o Bispo deu posse ao Frei Carlos Topanotti como Pároco, e aos frades Francisco Luiz Ferreira e Marcos Mezzalira como Vigários paroquiais. Em fevereiro de 2012, Frei Francisco foi chamado a assumir como Pároco a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Peixoto de Azevedo (MT) e Frei Leandro Nandi o substituiu como Vigário até maio de 2012. Em abril de 2013 assumiu como Vigário paroquial Frei Edecir Calegari. O Diácono Frei Denildo da Silva ficou de abril a novembro de 2015. Frei Edecir foi chamado a assumir como Pároco a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Nova Ubiratã (MT) e Frei Sidney Rufatto veio substitui-lo no dia 01 de fevereiro de 2016. Este ficou até o dia 03 de agosto de 2017, quando foi enviado à Paróquia de Nova Ubiratã. No dia 09 de agosto de 2017 chegou Frei Edson Marcos Minski como novo Vigário paroquial.

Igreja Matriz.

 

Durante os sete anos de presença dos frades Agostinianos Descalços, houve um crescimento considerável em melhorias no patrimônio da Paróquia. Foi reformado e ampliado o Centro Catequético, adquiridos móveis e cadeiras para as salas da catequese. Houve a reforma da Igreja Matriz, a troca do piso e a climatização; foi feita a pintura, teve a ampliação da entrada da Igreja com arquitetura moderna, bonita; foram postos os vitrais, foi feito o calçamento do estacionamento e melhorado o som. Foi realizada a construção de um barracão e nova churrasqueira. O Escritório Paroquial foi reformado e ampliado. Colocou-se também uma loja de artigos religiosos e livros.

Interior da Igreja Matriz.

Com ajuda da Comunidade foi adquirida uma chácara de 5 alqueires, onde foi construído um barracão com cozinha e banheiros para grandes encontros de formação, confraternização dos movimentos e pastorais. Foi realizado um trabalho na Educação na preservação do meio ambiente, com a juventude e as crianças da catequese, um trabalho na educação com o lixo e plantação de mais de 3.000 mudas de árvores nativas da região. Algumas comunidades da cidade e do interior foram reformadas e construídas. Foi construída também a sede da Pastoral da Criança, onde se realiza grande e bonito trabalho nas comunidades.

Chácara Santa Mônica.

Com a parte material vieram também melhorias na parte espiritual, com muitos encontros e retiros. Houve um grande crescimento também nos encontros do ECC, Pastoral Familiar e foram criadas novas Pastorais, como a Pastoral da Sobriedade e Pastoral da Pessoa Idosa e movimentos como o “Bom Pastor” (Casais em nova união), muitos encontros e formações para Ministros da Palavra e da Eucaristia, cursos bíblicos, a Semana Teológica realizada uma vez por ano, e a visita ao presidio feminino da cidade.

Frei Carlos Topanotti, oad

Revista Ide e Anunciai 28. II Capítulo Provincial – 2012

O II Capítulo Provincial foi celebrado em Ourinhos (SP), nos dias 10 a 17 de dezembro de 2012. O presidente do capítulo foi o Prior geral Frei Gabriele Ferlisi. O secretário eleito foi Frei Diones Rafael Paganotto. Foram abordados muitos assuntos da vida da Província: Espiritualidade; formação inicial e permanente; vida fraterna; pastoral vocacional; atividade pastoral; colaboração entre as Províncias. Em todos estes assuntos foram dadas indicações preciosas que guiaram a vida da província nos anos que se seguiram. Foi reeleito como Prior provincial Frei Álvaro Antônio Agazzi. Como conselheiros foram eleitos: Frei Nei Márcio Simon, Frei Edson Marcos Minski, Frei Darci Nelson Przyvara e Frei Vilmar Potrick.

Participantes do II Capítulo Provincial,
2012.

II Conselho Provincial:
Frei Vilmar Potrick, Frei Edson Minski, Frei Alvaro Agazzi, Frei Nei Marcio Simon, Frei Darci Przyvara,
2012.

Revista Ide e Anunciai 27. I Capítulo Provincial – 2009

A Província foi crescendo e amadurecendo e com isso chegou o momento de uma maior autonomia, conforme previsto por nossas Contituições. Nos dias 23 a 28 de novembro de 2009 aconteceu o I Capítulo provincial, em Ourinhos (SP), presidido pelo Prior geral Frei Luigi Pingeli. Foi eleito secretário do capítulo Frei Nei Márcio Simon. Resultou eleito como primeiro Prior provincial Frei Álvaro Antônio Agazzi e os Conselheiros: Frei Vilmar Potrick, Frei Airton Mainardi, Frei Gelson Briedis, Frei Darci Nelson Przyvara.

Neste triênio a província, atendendo a um pedido do provincial italiano, se abriu para receber estudantes da comunidade de Bafut, nos Camarões, pertencente à Província italiana. No total foram 06 que vieram para cursar filosofia, noviciado e teologia.

Outro fato importante foi que no dia 01 de abril de 2010, Dom Piero Coccia, Bispo de Pesaro, deu a posse da Paróquia Santo Agostino a Frei Antonio Desideri, pároco, e a Frei Carlos Topanotti como vigário, sendo esta comunidade, confiada, a partir desta data, à Província brasileira.

Este triênio foi também marcado pela abertura de uma nova casa no estado do Mato Grosso, um sonho antigo, desde o tempo da Delegação. Com efeito, no dia 06 de fevereiro de 2011, Dom Gentil de Lazari, bispo da Diocese de Sinop, acolheu a Ordem, de forma oficial confiando-lhe a Paróquia Papa João XXIII, na cidade de Colider (MT).

Participantes do I Capítulo Provincial,
2009.

I Conselho Provincial:
Frei Gelson Briedis, Frei Vilmar Potrick, Frei Alvaro Agazzi, Frei Airton Mainardi, Frei Darci Przyvara,
2009.

Revista Ide e Anunciai 26. Os Agostinianos Descalços no Paraguai

Início

No relatório apresentado à Congregação Plenária de 2004, como também no do Capítulo Geral de 2005, Frei Doriano Ceteroni manifestou, em nome da Província do Brasil, o desejo de expandir nossa Ordem para além do Brasil, num outro País da América Latina. Em 27 de fevereiro de 2006, Frei Doriano e Frei Gelson Briedis, 1º Conselheiro, fizeram uma visita a Dom Rogelio Ricardo Livieres Plano, Bispo da diocese de Ciudad del Este, divisa com o Brasil, entregando-lhe em mãos a carta em que expressavam os projetos da Ordem.

Após ter lido a carta, houve uma conversa tranquila e proveitosa. Enquanto o diálogo fluía, o Bispo encarregou o secretário de preparar uma carta de resposta, que fez questão de nos entregar em mãos. Nesta afirmava que o nosso desejo de trabalhar em sua diocese correspondia a uma sua grande necessidade e nos dava as boas-vindas.

Assim, foi possível encaminhar ao Definitório Geral, em 24 de abril de 2006, festa da Conversão do Pai Santo Agostinho, o pedido oficial de autorização para a abertura de uma Comunidade religiosa no Paraguai, na Diocese de Ciudad del Este. A resposta chegou aos 14 de junho de 2006:

O Definitório geral tomou conhecimento de todas as indicações fornecidas a respeito, através de sua carta do dia 24 de abril de 2006, e assinada também pelos dois Conselheiros Comissariais. Depois de exaustiva avaliação, foi formulada, votada e aprovada a seguinte proposta: “O Definitório Geral aprova e encoraja os contatos em andamento entre a Província do Brasil e a Diocese de Ciudad del Este (Paraguai) para a abertura de uma nossa casa religiosa”.

Em meados de outubro, soubemos que Dom Rogelio estava pensando em criar paróquia a Capela “San José Obrero”, no município de Yguazú, que vinha sendo atendida com Missa semanal, por Pe. Mario Sotelo, do Verbo Divino. Assim, em 30 de outubro saiu uma Kombi de Toledo para visitar a possível futura Paróquia. Os passageiros eram Frei Luigi Pingelli, Prior geral, que permaneceria para presidir o 2º Capítulo Comissarial; Frei Jan Derek, Secretário geral, que estava acompanhando o Geral na visita canônica; Frei Doriano Ceteroni, Comissário provincial; Frei Alexandre Gregorek e Frei Silvestre Muller, candidatos a compor a nova comunidade religiosa e Frei  Renato Jess, da comunidade de Toledo de motorista.

Primeira visita à futura comunidade.

Todos gostaram do lugar, da Igreja, da casa paroquial e das demais estruturas. Logo comunicamos ao Bispo, Dom Rogelio, nossas impressões e ele nos respondeu, aos 06 de dezembro de 2006, com estas palavras:

Prezado Fei. Doriano, desejo expressar-lhe formalmente o meu agradecimento pela disposição dos Agostinianos Descalços a se estabelecerem na minha diocese. Como já falamos, entendo que vocês virão para a nova paróquia de Colônia Yguazu. Conforme o combinado com você, poder-se-ia celebrar, no dia 28 de janeiro, a Santa Missa de posse do Pároco e a apresentação da comunidade religiosa, de manhã, em horário a ser marcado. Os frades poderão vir morar em Yguazu quando você quiser, a partir do dia 1° de janeiro, e terão à disposição a casa paroquial. No que diz respeito ao acordo entre a Diocese e a Ordem, amanhã lhe enviarei, por fax, um modelo de possível contrato. Peço-lhe que me sugira as mudanças oportunas, se assim lhe parecer adequado. Ao reiterar a minha alegria pelo estabelecimento da Ordem em minha Diocese, saúdo-o com o meu maior afeto em Cristo.

O Definitório geral,

“visto o pedido escrito (10 de dezembro de 2006) do Conselho Comissarial da Província do Brasil em que se comunica a aprovação por unanimidade da criação de uma casa religiosa no Paraguai por parte do mesmo Conselho (8 de dezembro de 2006), visto o consentimento por escrito do bispo diocesano Dom Rogelio Ricardo Livieres Plano, considerada a resposta positiva do Definitório Geral do dia 14 de junho de 2006, erige a casa “Santo Ezequiel Moreno”, em Yguazú, Paróquia “San José Obrero” (Ciudad del Este), conforme a norma do Can. 609,1 e das Constituições n. 127,5”.

O dia 22 de janeiro de 2007, passou a ser uma data marcante para a nossa Ordem, pois foi nesta segunda feira que os Agostinianos Descalços chegaram ao Distrito Yguazu, Departamento de Alto Paraná, no Paraguai, para dar início a uma nova página de sua rica história missionária. Frei Doriano Ceteroni acompanhou, de Kombi, os confrades Frei Silvestre Miguel Müller, Frei Alexandre Gregorek e o Irmão Frei José Jorge dos Santos Firmino, de Toledo (PR), até o local para eles escolhido pelo Bispo da Diocese de Ciudad del Este, Dom Rogelio.

No domingo seguinte, dia 28, na Missa das 09h30m, Pe. Angel Collar, Vigário Geral, presidiu a celebração em que a Comunidade religiosa foi apresentada ao povo e houve a posse de Frei Alexandre como Pároco e de Frei Silvestre como Vigário paroquial da nova Paróquia “San José Obrero”, até então simples Capela, atendida pelo Pe. Mário Sotelo.

Posse de frei Alexandre.

A Construção do Seminário

Aos 13 de julho de 2007, o Comissário provincial recebeu esta mensagem do Frei Alexandre: “Caro Frei Doriano, sua bênção. Aqui, graças ao bom Deus está tudo na santa paz. Com relação ao terreno para a construção do Seminário, hoje tive um encontro com Dom Rogelio, e está confirmada a doação do terreno da gruta, situada no Km 44, de quase 03 hectares, para o nosso seminário. Já vou começar fazendo os tramites de transferência. E assim se fez. Aos 11 de novembro de 2008, Dom Rogelio assinou a escritura doando à Ordem, na pessoa do Prior da comunidade religiosa de Yguazú, Frei Silvestre Miguel Müller, uma área de 27.000 m² de posse da Mitra diocesana.

Bênção da pedra fundamental.

Na festa de “la Virgen de Caacupé”, de 08 de dezembro de 2009, o Prior geral, Frei Luigi Pingelli, presidiu a Missa de ação de graças e deu a bênção de inauguração à primeira parte do novo seminário, quase dois terços do edifício. Assim, no início do ano letivo de 2010, a casa recebeu o primeiro grupo de 08 seminaristas, alguns dos quais haviam sido acolhidos e acompanhados na casa paroquial durante o ano anterior.

Depois de três meses de pausa, em março de 2010, reiniciaram os trabalhos da realização da segunda parte da obra. No dia 28 de agosto, festa de nosso fundador e Pai Santo Agostinho, Dom Rogelio presidiu a Missa de inauguração da bela estrutura concluída, consagrando a Capelinha interna do seminário.

Seminário San Ezequiel Moreno.

Em 30 de agosto de 2012, Frei Silvestre Miguel Müller, assinou o contrato para a construção de um salão multiuso a serviço do seminário, já previsto desde a sua inauguração. Seria realizado em pré-moldado no tamanho de 35×17, na área livre a cerca de 70 m. ao lado do seminário, pela Empresa “CONCRECAR srl. Constructora”, de Minga Guazú, Km. 18.

Em 18 de novembro de 2013, iniciaram-se os trabalhos para a construção da churrasqueira e de um banheiro para os assadores, testados na festa da padroeira “Virgen de Caacupé” do mês seguinte e que estava à disposição para encontros, jornadas etc. Por fim, foi completada a estrutura que hoje é usada pelo seminário, pela paróquia e também pela “Escuela San Agustín”.

A grande preocupação com a construção do seminário e a sua manutenção tem sempre caminhado junto a todos os compromissos pastorais da Paróquia “San José Obrero”, que conta com a igreja matriz e 23 Capelas, a maioria das quais localizadas na zona rural, abraçando os municípios de Yguazú e de Minga Guazú.

Frei Vilmar e Frei Renato com um grupo de seminaristas.

Desde o início, Frei Alexandre Gregorek soube levar muito a sério a formação das lideranças, sem deixar em segundo plano a urgência da evangelização. Assim foram realizados cursos e jornadas de formação destinados a catequistas, pais dos catequizandos, confirmandos, jovens, ministros extraordinários da Eucaristia e reuniões mensais com os coordenadores das Capelas.

Frei Doriano Ceteroni, oad

 

“Escuela Católica San Agustín”, em Yguazù – Paraguai

Aos 28 agosto de 2012, Solenidade do nosso Santo Pai Agostinho, se deu a bênção da pedra fundamental da “Escuela Católica San Agustín”, a primeira Instituição de ensino privada católica no Distritro Yguazu, Departamento de Alto Paraná, Paraguai.

Na celebração Eucarística, no local, estavam presentes: Padre Alfredo Haurón SDV, pároco da cidade vizinha, Mallorquín. Participaram, além do povo, Pablo Alberto Dominguez, Presidente da “Comissão pró Construção”, Roberto Ramirez, Prefeito Municipal; Ichiro Fukui, Presidente da Associação Japonesa; Juan Miguel Minck, Comissário; Prof. Edith Ramona de Aquino, Diretora do Colégio Paraguai Japão; Frei Doriano Ceteroni, Reitor do Seminário “San Ezequiel Moreno”; A Irmã Maricel del Carmen Sepúlveda Castañeda e a Irmã Janete Bassa, Superiora da Comunidade religiosa das “Hermanas Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus.”

A partir do ano acadêmico de 2013, funcionou nas estruturas físicas adaptadas da ex Fiscalia, colocada gratuitamente a disposição por parte da Cooperativa Yguazu, por três anos.

De início, pensava-se que a Congregação das Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração, presentes na paróquia desde 2009, fossem assumir a direção da Escola, mas isto não aconteceu. Continuou-se trabalhando com muita esperança.

No dia 15 de fevereiro de 2013, na Igreja Paroquial San José Obrero de Yguazu, a diretora Vilma Antonia Galvan de Ovelar, organizou o ato que marcou o início do ano letivo, com a benção de 4 grupos de alunos, dois de manhã e dois de tarde, com um total de 98 alunos, acompanhados com seus pais e apresentação do corpo docente.

Ao final de 2013, foi realizado a terraplanagem do terreno para a edificação da nova Escola. No dia 06 de janeiro de 2014, a empresa “Construtora Santa Rita”, da cidade de Santa Rita, iniciou a obra de construção das primeiras 4 salas, esperando que ficassem prontas para o ano letivo de 2014. E assim se sucedeu.

No dia 08 de junho de 2014, uma reunião entre os membros da Comissão e Frei Álvaro Agazzi, Prior Provincial e o Frei Vilmar Potrick, Conselheiro Provincial, a Comissão apresentou a proposta de doação da obra à Ordem dos Frades Agostinianos Descalços.

O Conselho provincial reunido no dia 14 de julho de 2015, em Ampére (PR), assim se pronunciou: “Os benefícios deste colégio são grandes, pois as crianças católicas de Yguazu, em sua maioria, estudam em colégios públicos de baixa qualidade, ou em um Colégio Adventista, localizado no Km 46 no mesmo município; e esta proposta do Colégio Santo Agostinho proporcionará um ensino de boa qualidade, segundo os princípios católicos e, futuramente, poderá acolher os nossos seminaristas. Também com abertura para um trabalho vocacional e de evangelização, beneficiando não somente os alunos, mas também seus familiares. O Conselho Provincial é favorável a acolher a proposta do colégio e aguarda parecer do Definitório Geral para, havendo aprovação, dar encaminhamento”.

No dia 05 de junho de 2015, houve a doação do imóvel da Instituição educacional “Escuela Católica Privada San Agustín”. No dia 06 de junho de 2015, os membros da ACMAD (Asociación Civil Misionera de los Agustinos Descalzos), ou seja, a Ordem dos Frades Agostinianos Descalços, reunidos em assembleia extraordinária, aceitaram a doação.

Qual o significado e importância da Escuela Católica San Agustín, para Yguazú?

A Escola começou por um desejo da grande maioria do povo Iguaçuense em busca de um ensino de melhor qualidade e de inspiração católica. Todos os trabalhos relacionados com a construção da estrutura física continuam sob a responsabilidade da “Comisión pró Construcción” que teve o Sr. Ichiro Fukui como primeiro presidente e hoje é presidida por Pablo Alberto Domingues. A parte pedagógica desde o início, está sob os cuidados da diretora Vilma Galvan de Rivieros, da qual trazemos um breve testemunho.

“A Escola foi a primeira que abriu as portas para crianças com necessidades especiais. A evangelização acontece na própria Escola, e através dos alunos chega aos pais, que nem sempre frequentam a Igreja. A formação religiosa está muito pobre nas famílias, por isso faz-se necessário utilizar todos os meios para ajuda-las. Como disse o Papa Francisco, “é preciso remar contra a corrente, ir ao encontro dos jovens e adultos, aonde eles estão.” Muitas pessoas, graças ao trabalho da Escola, estão regularizando sua situação sacramental e matrimonial. A Escola significa uma oportunidade de garantia absoluta de aprendizado, tanto nas matérias científicas como nas demais. Em poucos anos de existência, a Instituição ganhou o prestigio e o respeito de outras instituições sociais, políticas e religiosas da comunidade.

Com a “Escuela Católica San Agustín”, ressurgiu a esperança e a verdadeira integração de toda comunidade, nas dimensões religiosa e humana, pois temos diferentes religiões e diferentes culturas, tais como, Paraguaia, Japonesa, Brasileira, Suíça, Alemã e outras. A Escola está sendo modelo e apoio para muitas outras escolas, tanto na maneira de trabalhar como na formação profissional dos professores. E enfim, melhorou muito a qualidade da educação neste lugar em todos os seus seguimentos. Deus abençoe a todos que colaboraram de alguma maneira para esta obra tão importante para a cidade: seja as comunidades e paróquias da Província Santa Rita de Cássia, com sua colaboração econômica, suas orações, seu apoio moral e espiritual, seja as comunidades internacionais como a da Alemanha”.

Frei Alexandre Gregorek, oad

Revista Ide e Anunciai 25. II Capítulo Comissarial – 2006

O II Capítulo comissarial foi celebrado de 20 a 27 de novembro de 2006 na comunidade Santo Tomás de Vilanova, sede da província. Foi reeleito Frei Doriano Ceteroni como Comissário provincial. Os conselheiros eleitos foram Frei Antonio Desideri e Frei Álvaro Antônio Agazzi.

O período que antecedeu o II Capítulo comissarial, e o período que o sucedeu, ficou marcado pelo fato histórico da abertura de uma casa no Paraguai, que se deu aos 28 de janeiro de 2007.

Participantes do II Capítulo Comissarial,
2006.

II Conselho Comissarial:
Frei Antonio Desideri, Frei Doriano Ceteroni, Frei Alvaro Agazzi,
2006.


Religiosos Italianos que vieram para o Brasil, com data de chegada.

1. Fr. Luigi Raimondo † 12.6.1948
2. Fr. Francesco Spoto † 12.6.1948
3. Fr. Antonio Scacchetti † 12.6.1948
4. Fr. Vincenzo Mario Sorce 23.4.1951
5. Fr. Luigi Fazio † 23.4.1951
6. Fr. Stefano Bonfante † 23.7.1953
7. Fr. Alfonso Alberti † 1956
8. Fr. Luigi Vincenzo Bernetti † 21.3.1961
9. Fr. Angelo Possidio Carú † 1.4.1966
10. Fr. Antonio Desideri † 12.4.1967
11. Fr. Antonio Natale Giuliani 15.12.1970
12. Fr. Salvatore La Porta 15.12.1970
13. Fr. Rosario Cesiro Palo † 3.6.1976
14. Fr. Luigi Kerschbamer 21.2.1978
15. Fr. Eugenio Del Medico 9.7.1979
16. Fr. Calogero Carrubba 2.12.1981
17. Fr. Doriano Ceteroni 5.03.1982
18. Fr. Vincenzo Mandorlo 22.10.1982
19. Fr. Nicola Loreto Spera 9.11.1988


SUPERIORES DELEGADOS

1.Frei Francisco Spoto (1961-1973)
2.Frei Vicente Mario Sorce (1973-1976)
3.Frei Luís Bernetti (1976-1988)
4.Frei Antonio Desideri (1988-1991)
5.Frei Angelo Possidio Carù (1991-1995)
6.Frei Luis Bernetti (1995-1996)
7.Frei Antonio Desideri (1996-1999)
8.Frei Eugenio del Medico (1999-2002)

COMISSÁRIO PROVINCIAL
1.Frei Doriano Ceteroni (2002-2009)

PRIORES PROVINCIAIS
1.Frei Álvaro Antônio Agazzi (2009-2015)
2.Frei Vilmar Potrick (2015-2021)
3.Frei Getulio Freire Pereira (2022-…)

Revista Ide e Anunciai 6. Os pioneiros

Frei Francesco Maria Spoto de São José

Frei Francisco nasceu em Mussomeli (CL), na Itália, no dia 1º de janeiro de 1918, filho de Francesco Spoto e Maria Carrubba. Seu nome civil era Rosario Spoto, Na Paróquia San Giovanni em Mussomeli recebeu o batismo no mesmo dia em que nasceu (01 de janeiro de 1918), a crisma em 1924, a primeira eucaristia em 1925. Freqüentou a escola elementar em Mussomeli de 1925 a 1930. Entrou na Ordem como aspirante, frequentou o Ginásio no Convento de Santa Maria Nova (São Gregório da Sassola-Roma) de 1930 a 1934. No mesmo convento no dia 28 de agosto de 1934, começou o Noviciado e no dia 1 de setembro de 1935, emitiu a profissão simples. Iniciou os estudos filosófico-teológicos em Roma, fazendo em 1935-36 o primeiro ano; prosseguiu os estudos em Palermo até 1941. Em Palermo, na Igreja de San Gregorio Papa, aos 06 de janeiro de 1939, emitiu a profissão dos votos solenes. Aos 06 de setembro de 1940, recebeu o Diaconato e no dia 21 de dezembro do mesmo ano foi ordenado sacerdote pelo Card. Luigi Lavitrano.

1º encontro anual dos Frades Agostinianos Descalços do Brasil, Ampére (PR), 1982.

Dos 71 anos de sacerdócio, 35 forram transcorridos no Brasil, de 1948 a 1983. Frei Francisco foi um dos três primeiros confrades que no dia 12 de junho de 1948, a bordo do navio Andrea Costa, zarparam de Gênova e desembarcaram no Brasil, onde, na periferia do Rio de Janeiro deram início à Paróquia Santa Rita. Contemporaneamente ao ministério pastoral ele se empenhou para que se pudesse dar início a um seminário para a formação dos futuros agostinianos descalços. Preocupou-se também em qualificar-se, diplomando-se em Pedagogia e especializando-se em História (Geral e das Américas), e assim pode ensinar nas escolas particulares e públicas.

Foi designado de família nas comunidades do Rio de Janeiro (1948-1962) e de Bom Jardim (1962-1983). Exercitou os ofícios de Prior (Santa Rita, Rio de Janeiro de 1952-1961 e Bom Jardim de 1979-1983), Comissário Geral para o Brasil (1966-1970), Delegado do Brasil (1970-1976). Foi Pároco da Paróquia Santa Rita no Rio (1955-1961), Arquidiocese do Rio de Janeiro; da Paróquia São José (São José do Ribeirão) em Bom Jardim (1962-64); da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Bom Jardim (1964-82) na Diocese de Nova Friburgo, onde foi também membro e secretário do Conselho Presbiteral.

Em 1983, mesmo deixando do outro lado do oceano grande parte do seu coração, retornou definitivamente para a Itália, onde foi designado de família: em Trapani (1985-1988), Marsala (1988-1989; 2009-2012), Palermo (1989-2009).
Precedentemente, antes de partir para o Brasil, havia sido designado de família: em Palermo (1940-1945), Marsala (1941), Valverde (CT) com o ofício de Mestre dos aspirantes (1945-1948).

Escreveu: Gli Agostiniani Scalzi in Brasile: Memorie di un pioniere e altri ricordi, nel IV centenario della Riforma. Valverde: s.e., 1990.

Frei Francisco Spoto viveu a sua consagração e o seu sacerdócio com alegria e fidelidade. Era um homem de serenidade e cordialidade transparentes, que suscitava imediata simpatia. Ressaltava nele uma profunda humanidade e espiritualidade. Era um homem de comunhão. Amava profundamente a Ordem pela qual rezava e, nas últimas internações no hospital, oferecia os seus sofrimentos ao Senhor. Deixa como lembrança a todos o seu sorriso.
Frei Francisco faleceu dia 02 de setembro de 2012. Tinha 94 anos, dos quais 71 de sacerdócio.


Frei Luigi Raimondo do Sagrado Coração

Frei Luiz Raimondo, um dos primeiros que chegou no Brasil, em 1948, depois de alguns anos servindo a Ordem no Brasil, resolveu passar para a Diocese de Petrópolis. Dedicou-se por 39 anos à Paróquia Santa Ana, em Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul (RJ). Foi ele que construiu o Santuário Bom Jesus de Matosinhos, nesta mesma paróquia, inaugurado em 1959. Frei Luiz nasceu aos 17 de janeiro de 1912, portanto, veio para o Brasil com 36 anos de idade. Faleceu aos 14 de fevereiro de 1992, e está sepultado dentro do Santuário, aos pés do altar do Senhor Bom Jesus. A ele nossa gratidão pelos anos dedicados à Ordem e pelos anos dedicados à Igreja do Brasil.

Inauguração do Santuário, 1959

Santuário Bom Jesus de Matosinhos, Paraíba do Sul (RJ)


Frei Antonio Sccacchetti de Santa Rita

Frei Antonio Sccacchetti de Santa Rita, também um dos primeiros que chegou no Brasil, depois de alguns anos trabalhando na Paróquia Santa Rita dos Impossíveis, no Rio de Janeiro, deixou de exercer o ministério sacerdotal.


Frei Luigi Fazio de São José

Frei Luiz Fazio nasceu aos 24 de julho de 1917, na província de Genova (IT). No dia 13 de novembro de 1932 iniciou o noviciado em Genova e fez a profissão simples aos 19 de março de 1934, em Santa Maria Nova, onde concluiu o noviciado. A profissão solene a fez aos 26 de julho de 1938. A ordenação sacerdotal aconteceu aos 13 de julho de 1941.
Frei Luiz ficou pouco tempo no Brasil, devido a problemas de saúde. Chegou no dia 23 de abril de 1951 e retornou em 1955. Neste período assumiu o ofício de pároco da paróquia Santa Rita dos Impossíveis de 1952 a 1955.

Era um religioso muito aberto e jovial. Gostava muito da vida comunitária e a colocava em prática com muitos gestos de compreensão, bondade e generosidade. Não colocava limites na sua obra de caridade sempre ajudando a todos que dele se aproximavam, por isso era uma pessoa muito estimada, recebendo o reconhecimento de todos.

No início de julho de 1971, foi internado e fez uma cirurgia de úlcera, após sérias complicações devido à diabete, fez outras 5 cirurgias. Durante a doença, a qual enfrentou com muita resignação, pediu várias vezes o sacramento da confissão, e recebeu a comunhão todos os dias. Faleceu aos 17 de agosto de 1971, com apenas 54 anos de idade.


Frei Vincenzo Mario Sorce de Santo Inácio

Aos 94 anos de idade nos escreveu algumas linhas recordando os primeiros anos da missão OAD no Brasil.

Cheguei no Rio de Janeiro no mês de abril de 1951. A cidade fervia pela festa de São Jorge. Lembro de uma canção que a rádio transmitia continuamente: “Índia”, um canto suave que exprimia a saudade do povo indígena. Nossa casa: três quartos bem pequenos, mais um cubículo. Encostado no muro do nosso terreno, cozinha e banheiros. As visitas (até o Embaixador da Itália!) eram recebidas debaixo das árvores.  O serviço nas paróquias foi uma boa escola de apostolado.
Devoção a Santa Rita: orações particulares toda quinta-feira. Prática das “Quinze quintas-feiras”.

Frei Nei Márcio Simon, Frei Mario Genco, Frei Vincenzo Sorce, Frei Gelson dos Santos Lazarin e Frei Leandro Xavier Rodrigues, interior do Santuário Nossa Senhora de Valverde, 
2018.

 


 

Revista Ide e Anunciai 24. I Capítulo Comissarial – 2002

Delegação – Província a Regime Comissarial – Província “Pleno Jure”

Segundo as normas de vida dos Agostinianos Descalços, quando uma realidade nova começa a crescer num determinado país ela passa a formar uma Delegação dependente do governo central. O responsável pela Delegação é superior Delegado que a representa junto ao governo central, a quem cabe tomar as decisões mais importantes da sua vida. Conforme esta nova realidade vai desenvolvendo em números de casas e de religiosos, se torna uma Província a regime comissarial, adquirindo uma certa independência para tomar suas decisões. O Comissário provincial é quem a governa, auxiliado por dois Conselheiros.

Quando se percebe que o crescimento do número de casas e de religiosos exige uma estrutura jurídica mais completa, a autoridade central pode elevar o Comissariato a Província, chamada “pleno jure”, com maior autonomia para tomar suas decisões por ter um Conselho formado por 05 membros.

Em 1999, a Delegação do Brasil já contava com 07 comunidades e cerca de 35 religiosos com profissão solene. Por isso o superior Delegado do Brasil apresentou um pedido ao Capítulo Geral, de 1999, para que fosse criada a Província dos Agostinianos Descalços no Brasil a regime comissarial. Este pedido foi acolhido, e no dia 17 de julho daquele ano, foi criada a Província do Brasil, instaurando nela o regime comissarial. Estabeleceu-se que o primeiro Capítulo comissarial fosse celebrado no ano de 2002.


Celebração do I Capítulo comissarial

Aos 16 de julho de 2002, conforme a convocação do Prior geral, Frei Antonio Desideri, teve início o I Capítulo Comissarial, na comunidade Santa Rita dos Impossíveis de Ramos, Rio de Janeiro. Na vida religiosa um Capítulo é sempre um momento de extrema importância, pois regula toda a vida de uma comunidade (Capítulo local), onde todos os religiosos participam, organiza toda a vida de uma Província (Capítulo provincial), onde alguns religiosos eleitos participam, e coordena toda a vida da Ordem (Capítulo geral), ao qual participam representantes eleitos de cada Província. Por ser o primeiro no Brasil, algumas questões deveriam ser tratadas, tais como: qual o padroeiro da Província, qual a sua sede, de que maneira a Província deveria sustentar-se, e também eleger o primeiro Comissário provincial e seus 02 Conselheiros.

Como padroeira da Província foi escolhida Santa Rita de Cássia. Como sua sede a comunidade Santo Tomás de Vilanova de Ourinhos (SP), por ser mais central entre as comunidades do Paraná e as do Rio de Janeiro. O primeiro Comissário provincial foi Frei Doriano Ceteroni, os dois conselheiros Frei Gelson Briedis e Frei Álvaro Antônio Agazzi.
O Capítulo comissarial mostrou-se favorável ao pedido de ajuda apresentado pelo Provincial da Itália, Frei Luigi Pingeli. De fato, em janeiro de 2003, Frei Airton Mainardi e Frei Edecir Calegari partiram para trabalhar na Itália, mais precisamente na cidade de Pesaro, atendendo a Paróquia Santo Agostinho.

Participantes do I Capítulo Comissarial,
2002.

I Conselho comissarial:
Frei Álvaro Agazzi, Frei Doriano Ceteroni e Frei Gelson Briedis,
2002.

Revista Ide e Anunciai 5. A Partida, a Chegada

Sábado 29 de maio de 1948: a partida

Dos antigos e exuberantes sinos de Gênova se escutam distintamente alguns toques, anunciando o meio-dia. Quando o eco do último toque se some, o moderníssimo transatlântico, Ana Costa, recolhe a âncora e começa sua segunda viagem ao Brasil, Uruguai e Argentina.

No navio, em meio a tantos desconhecidos, se fazem notar, porque levam ostensivamente uma cruz de madeira no pescoço, três jovens missionários Agostinianos Descalços. São os sacerdotes: Luigi Raiomondo, Antonio Sccacchetti e Francesco Spoto. O primeiro é genovês, o segundo romano e o terceiro siciliano. Estes sorriem e choram. Sorriem de alegria e de esperança, e choram de tristeza e de saudade…

A viagem é longa e monótona porque só se vê céu e mar, parece que não tem mais fim. Finalmente ponto final da nossa viagem: Rio de Janeiro.


 

 

Sexta feira, 12 de junho de 1948: a chegada

São precisamente oito da manhã. Um calor abafado e sufocante torna difícil até respirar. A temperatura entorno dos 30 graus. O navio Ana Costa rebocado pelo pequeno escaler da guarda costeira, se aproxima lentamente do porto do Rio de Janeiro, fazendo ouvir o estridente som da sua sirene. Finalmente o navio joga a âncora e permanece imóvel, diria Carducci, “come un monumento”.

No porto, cheio de gente alegre que saúda os passageiros, aparecem dois sorridentes sacerdotes: O Provincial dos Recoletos Pe. Angelo Carestidi e um sacerdote de Dom Orione (do qual não lembro o nome) que nos dão um abraço e as boas vindas no nosso novo campo de trabalho. É um alegre encontro entre Ordens religiosas. Os Recoletos chegaram em 1898, foram os primeiros, depois em 1913 os filhos de Dom Orione, e por último nós, em 1948.

SPOTO, Francesco. Gli Agostiniani Scalzi in Brasile. Valverde: s.e., 1990.

Revista Ide e Anunciai 4. Regra de Santo Agostinho

Santo Agostinho, no século V, escreveu uma regra de vida, que ao longo dos séculos vem orientando muitas congregações religiosas. O santo pede, neste escrito, que seus seguidores vivam em unidade formando uma só alma e um só coração em Deus, tendo tudo em comum, seguindo o exemplo das primeiras comunidades cristãs. A Regra fala ainda sobre a oração, a castidade, a correção fraterna, a humildade, etc. A seguir alguns números deste valioso documento.


1 – Antes de tudo, irmãos queridos, amai a Deus e, em seguida, ao próximo, visto serem estes os principais mandamentos que nos foram dados.

2 – Na vida conventual, observai, pois estes preceitos.

3 – Vivei unanimes na casa, tendo “um só coração e uma só alma” (At 4,32) em Deus, porque a concórdia é a primeira finalidade de vossa vida em comunidade (cf. Sl 67,7).

4 – Nada chameis, por isto, propriedade vossa, mas tudo seja comum entre vós. O superior distribua a cada um o alimento e a roupa (cf. 1Tim 6,8) não de maneira uniforme para todos, porque nem todos tem a mesma saúde, mas segundo as necessidades individuais, pois nos Atos dos Apóstolos lemos que “eles tinham tudo em comum e a cada um se distribuía conforme a sua necessidade” (At 4,32).

10 – Dedicai-vos com zelo (cf. Cl 4,2; Rom 12,12) à oração nas horas e nos tempos marcados.

12 – Quando vos dirigis a Deus com salmos e cânticos, vivei no coração o que exprimis com a boca.

19 – Vosso comportamento seja discreto. Não chameis atenção pela vossa maneira de vestir, tão pouco procureis agradar por ela, mas por vossos bons costumes.

20 – Quando sairdes, ide juntos e juntos ficai, quando chegardes ao destino.

21 – Nada haja no vosso modo de andar, de parar e de comportar-vos, assim como em todos os vossos movimentos, que possa ofender o olhar de outros. Tudo esteja de acordo com o vosso santo estado de vida.

31 – Nenhum dentre vós trabalhe para si, mas todos visem ao bem comum, dedicando-se ao trabalho com maior empenho e alegria do que se cada um trabalhasse para si próprio. Da caridade está escrito que ela “não procura os próprios interesses” (1Cor 13,5). Isto se compreenda assim: Ela antepõe o comum ao próprio e não o próprio ao comum. Sabei, pois, que o vosso progresso espiritual será tanto maior, quanto mais zelo tiverdes pelo bem comum, antepondo este aos interesses particulares, de maneira que todas as necessidades temporais fiquem ofuscadas por aquela caridade que permanece eternamente (cf. 1Cor 12,31; 13,3).

41 – Não haja brigas entre vós (cf. 2Tim 2,24; Ecl 28,10) ou, se as tiverdes, terminai-as o quanto antes. Caso contrário, a ira transformar­se-a em ódio, tomando uma lasca a forma de viga (cf. Mt 7,3) e fazendo da alma uma assassina, pois lemos na Sagrada Escritura que “quem odeia seu irmão é homicida” (1Jo 3,15).

46 – O superior não se julgue feliz pelo poder que lhe foi conferido, mas pelo maior raio de ação que tem para praticar a caridade (cf. Lc 22,25-26; Gl 5,13). Ele está acima de vós pela sua posição na comunidade, mas perante a face de Deus, prostre-se aos vossos pés, em virtude de seu temor para com Este (cf. 1Tim 2,7). Modere os turbulentos, encoraje os tímidos, sustente os fracos, seja paciente para com cada um (cf. 1Tes 5,14). Mantenha a disciplina com amor e saiba imprimir respeito. E, se bem que ambas as coisas sejam necessárias, prefira antes ser amado, do que temido lembrando-se que deverá prestar contas de vós a Deus (cf. Heb 13,17).

48 – O Senhor vos conceda a graça de observar com amor esta Regra, como amigos da beleza espiritual (cf. Ecl 44,6), irradiando o bom perfume de Cristo (cf. 2Cor 2,15; 1Pd 2,12; 3,16) pela vossa santa convivência, não como escravos debaixo da lei, mas como pessoas livres sob a ação da graça (cf. Rm 6,14).

49 – Para que possais olhar-vos nesta regra, como num espelho, nada transcurando por esquecimento (cf. Tg 1,23-25; Heb 12,5), seja-vos lida uma vez por semana. Se constatardes que cumpris tudo o que vos foi prescrito, agradecei a Deus, autor de todo o bem. Se, pelo contrário, verificardes ter faltado em alguma coisa, arrependei-vos do passado e preveni-vos para o futuro, pedindo que vos seja perdoado o débito e que sejais preservados de ulteriores tentações. Amém!

Revista Ide e Anunciai 23. Os Agostinianos Descalços em Ourinhos (SP)

A partir de 1994, houve um aumento expressivo a cada ano do número de vocacionados pedindo para ingressar em nossos seminários, tendo já concluído o Ensino Médio. Com isso surgiu a preocupação: para qual dos seminários encaminhá-los? Certamente não poderiam ser admitidos para o Noviciado, que vinha sendo realizado após o Ensino Médio, tratando-se de jovens que estavam apenas iniciando sua caminhada vocacional e teriam que passar pela experiência do Postulado.

Para onde encaminhá-los, então, para frequentar o Curso de Filosofia? A opção mais viável parecia ser o Seminário Santa Mônica de Toledo (PR). Ali prestariam vestibular e, uma vez aprovados, poderiam cursar Filosofia na Unioeste e, depois, fazer o ano de noviciado. Esbarrou-se em dois problemas: 01) muitos candidatos compareciam aos estágios quando as inscrições para o vestibular estavam já encerradas; 02) para onde iriam os que eventualmente não conseguissem se classificar?

Apareceu, então, a possibilidade de se frequentar o curso de Filosofia da Diocese de Nova Friburgo (RJ), que Dom Alano Maria Pena OP recentemente tinha criado, morando-se no Seminário Santo Agostinho, em Bom Jardim (RJ). Aí não haveria o problema do vestibular, pois a admissão para a Filosofia seria automática. E assim foi. Antônio Carlos Ribeiro e Francisco Luís Ferreira, hoje Padres, em fevereiro de 1995, iniciaram sua experiência de seminaristas, frequentando Filosofia no Seminário da Diocese de Nova Friburgo (RJ).

1º grupo de professos.

Após ter cursado um ano de Filosofia, com a aprovação da comunidade, poderiam ser encaminhados para o Noviciado “Nossa Senhora da Consolação”, em Nova Londrina (PR), ou dar continuidade ao curso.

No ano de 1996, houve também uma turma de 21 Professos que o Seminário Santa Rita do Rio de Janeiro (RJ) não conseguiria acolher. Estes também foram encaminhados para Bom Jardim para usufruir do curso de Filosofia de Nova Friburgo. As aulas eram ministradas, em sua maioria, no período matutino, mas algumas também na parte da tarde.

Desde o início a comunidade religiosa, cujo Prior era Frei Antonio Desideri, percebeu o desgaste dos alunos que precisavam sair cedo de Bom Jardim, pegar dois ônibus para chegar ao destino, voltando para casa muito tarde e o conseqüente baixo aproveitamento nos estudos, sem contar com as dificuldades para a alimentação. Havia também um gasto não indiferente com passagens e com o próprio curso.

Foi justamente no início do segundo semestre daquele ano de 1996 que a comunidade decidiu trazer o Curso de Filosofia para dentro de casa, já que a estrutura física não faltava, pois poderia usufruir das instalações do Colégio Santo Agostinho. Formou-se o primeiro corpo docente que contou com a colaboração dos próprios Padres, de algum professor do Colégio Santo Agostinho e dos professores do próprio Curso de Nova Friburgo.

A partir de então sentiu-se sempre mais forte a urgência de se pensar num Curso de Filosofia da Ordem, com sede própria, um corpo docente formado em sua maioria por frades, uma biblioteca à altura e que pudesse prestar um serviço também ao clero diocesano, aos (às) religiosos (as) e aos leigos que quisessem usufruir do referido serviço.

Geograficamente pensava-se numa cidade de médio porte que encurtasse os caminhos entre as nossas comunidades do Rio de Janeiro e do Paraná. O superior Delegado Frei Antonio Desideri realizou várias sondagens em diferentes dioceses, conversando com os respectivos Bispos: Osasco (SP); Santos (SP); Itapetininga (SP); Guarapuava (PR); Londrina (PR); Curitiba (PR).

Por fim, aos 15 de janeiro de 1999, estando todos reunidos por ocasião do encontro anual em Nova Londrina (PR), tendo que tomar uma decisão a respeito de um grupo de 19 professos que deveria iniciar a Filosofia, foi lembrado que Pe. Salvador Paruzzo, amigo de Frei Calogero Carrubba, por ser oriundo da mesma cidade da Sicília, na Itália, tinha sido recentemente nomeado Bispo da nova Diocese de Ourinhos (SP). A cidade de Ourinhos preenchia os requisitos exigidos.

Fez-se contato com Pe. Salvador, que estava sabendo da nossa procura, por fazer parte do Clero da Diocese de Osasco, onde nossa proposta tinha sido apresentada, mas não acatada. Ele manifestou sua felicidade em poder nos receber em sua Diocese para o serviço pastoral às paróquias e ficou mais feliz ainda pelo projeto de construirmos um seminário onde pudesse funcionar o curso de Filosofia da Ordem. Comunicou-nos também que a Paróquia de Santo Antônio da Vila Odilon, em Ourinhos, a partir do dia 31 de janeiro de 1999, portanto logo, ficaria sem padre e poderia estar disponível para os Agostinianos Descalços.

Construção do Seminário Santo Tomás de Vilanova.

Os primeiros 03 Frades: Frei Calogero Carrubba; Frei Everaldo Engels e Frei Jurandir de Freitas Silveira chegaram a Ourinhos aos 11 de fevereiro de 1999, festa de Nossa Senhora de Lourdes e, no dia 14, Frei Calogero tomava posse como Pároco na Paróquia Santo Antônio da Vila Odilon. Aos 22 de fevereiro chegaram também os 20 Professos prontos para iniciar o curso de Filosofia. Ficaram todos amontoados na casa paroquial e na casinha ao lado, usando uma sala de catequese da Paróquia como sala de aula.

Os três religiosos acima mencionados, com a ajuda de Frei Claudiomiro Renato Bertuol, professo em estágio, do Pe. José Geraldo da Fonseca, da Congregação dos Teatinos e de uma Professora de Língua Portuguesa formaram o primeiro corpo docente do “Instituto de Filosofia Santo Tomás de Vilanova”, com sede em Ourinhos.

Frei Calogero Carrubba, Doutor em Filosofia, exerceu o cargo de Diretor desde o início; Frei Jurandir de Freitas Silveira, o de Coordenador do Curso e Frei Everaldo, o de Secretário. No ano de 2000 a turma que tinha concluído o 1º ano foi dar continuidade aos estudos no Instituto Teológico do Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro e uma nova turma iniciou o Curso de Filosofia nas mesmas condições precárias do grupo anterior.

Em abril de 2000 iniciou-se a construção do novo Seminário Santo Tomás de Vilanova que seria também sede do Instituto de Filosofia, numa área em parte doada pelo Sr. José Carlos Dias (15.000 m2), e em parte adquirida do Sr. Rafael Saqueti (18.000 m2). A primeira parte do novo seminário ficou pronta no segundo semestre de 2002. Foi quando os professos passaram a morar nas novas instalações, onde eram ministradas também as aulas de filosofia.

Aos 07 de dezembro de 2003 houve a Missa de ação de graças com bênção e inauguração do novo Seminário e das instalações do “Instituto de Filosofia Santo Tomás de Vilanova”, com a participação de Dom Salvador Paruzzo, Bispo diocesano; Dom Luís Vicente Bernetti OAD, Bispo Auxiliar da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão (PR); Frei Antonio Desideri, Prior Geral da Ordem; Frei Luigi Pingelli, Prior Provincial da Itália; Frei Doriano Ceteroni, Superior Provincial do Brasil, outros confrades e padres diocesanos, o Prefeito Municipal Claudemir Alves e uma presença expressiva do povo ourinhense.

Seminário Santo Tomás de Vilanova.

Em dezembro de 2004, devido às muitas transferências de religiosos, foi necessário nomear uma nova Diretoria do Instituto que ficou assim constituída: Frei Calogero Carrubba, Diretor; Frei Braz Hoinatz de Andrade, Coordenador do Curso e Frei Getúlio Freire Pereira, Secretário.

O Conselho Provincial de dezembro de 2005 aprovou os Estatutos e o Regimento. Devido às mudanças de religiosos e, sobretudo pela chegada de Roma de novos confrades formados na área da Filosofia, elegeu a diretoria: Frei Éder Ângelo Rossi, Diretor; Frei Nei Márcio Simon, Coordenador do Curso e Frei Adélcio Vultuoso, Secretário. Ao longo destes anos o nosso Seminário Santo Tomás de Vilanova contribuiu para a formação de muitos Padres da nossa Ordem e da diocese de Ourinhos, recebendo uma sólida formação intelectual e humana.

Os sacerdotes que por aqui passaram não se limitaram somente ao ensino, mas conforme o ensinamento do nosso Pai Santo Agostinho, estenderam a sua caridade às necessidades da diocese, assumindo o serviço pastoral em várias paróquias. Nestes anos foram atendidas a Paróquia de Santo Antônio, na Vila Odilon, que foi confiada à Ordem desde a chegada dos primeiros religiosos desde 1999 ; a Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio em Salto Grande (2002); a Paróquia de Santo Antônio em Ribeirão do Sul (2003-2007); a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Canitar (2000-2017); a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida do Vagão Queimado em Ourinhos (2010…); a Paróquia de São Pedro, em São Pedro do Turvo (2010-2016). Também está se dando uma colaboração pastoral a vários movimentos e pastorais diocesanos, como o Cursilho de Cristandade, a Pastoral da Saúde, a Pastoral da Família etc., bem como a assistência espiritual ao Lar dos Anciãos Desamparados “Santa Teresa Jornet”, com celebração da santa missa diária e assistência espiritual aos velhinhos. A nossa Ordem está prestando um serviço qualificado à Diocese de Ourinhos, coordenando a Chancelaria da Cúria diocesana, desde 2004 até os dias atuais. Ela também estendeu a sua valiosa colaboração também à Província Eclesiástica de Botucatu, colaborando com o Tribunal Eclesiástico Interdiocesano daquela Província Eclesiástica, por meio de um seu Religioso, que foi nomeado, pelo Bispo Moderador do referido Tribunal, Defensor do Vínculo e depois Vigário Judicial adjunto do mesmo Tribunal. Atualmente nossa Ordem continua prestando um serviço qualificado na ajuda à diocese de Ourinhos por meio do Frei Calógero, que exerce a função de Chanceler da Cúria diocesana e também a de Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico diocesano da mesma diocese.

Frei Calógero recebe o título de cidadão ourinhense.

A presença dos Agostinianos Descalços se estendeu também no mundo da cultura, nas universidades presentes em Ourinhos e na cidade vizinha de Jacarezinho, para abrir um diálogo amigo e fraterno com professores e alunos que apresentam outras visões de vida e outros valores culturais, levando a Palavra de Deus naquele ambiente, testemunhando os valores do Reino através da palavra e da cultura, mas, sobretudo, através do testemunho de vida sacerdotal e religiosa.

A partir do final de 2016, o Seminário Santo Tomás de Vilanova, por falta de vocações, foi transformado em “Colégio Santo Agostinho”, cuja inauguração se deu no dia 15 de dezembro de 2017, dando continuidade à tradição educativa humana e cristã deixada pelo nosso Pai Fundador. Façamos votos que esta iniciativa colabore com a formação humana, moral, cristã e intelectual de tantos adolescentes e jovens, que possam se tornar através do estudo e do cultivo dos valores humanos, sociais, religiosos, morais e intelectuais, bons cidadãos e bons cristãos; e que muitos deles possam seguir as pegadas de Santo Agostinho, continuando a obra evangelizadora de Cristo.

Inauguração do Colégio Santo Agostinho,
15/12/2017.

São este os votos que desejamos à nossa Ordem no Brasil, no aniversário dos setenta anos da sua presença na Terra de Santa Cruz.

Frei Calogero Carrubba, oad