Servo de Deus frei Luis Chmel, religioso
Frei Luis Chmel nasceu aos 17 de outubro de 1913, em Spisska Starà Vês, na Eslováquia. Filho de João e Inês Kurpiel. Seu nome de batismo era André Kurpiel. Passou sua infância enfrentando muitas dificuldades, porque seu pai, assim que começou a primeira guerra mundial, foi chamado para o exército austro-húngaro e combateu na fronteira polonesa, russa e italiana (1914-18). Do terceiro ano e até o fim do 2° grau ele morou na pensão católica “Bursa”, dirigida por um sacerdote polonês, o Professor Miguel Kania, grande educador. Este plasmou a inteligência e o coração de André, acompanhando-o nos estudos e em sua formação interior. Foi seu professor de religião e de introdução à filosofia. Pe. Miguel, seu primeiro diretor espiritual, foi quem o orientou com muita sabedoria na vida interior e na escolha da sua vocação. No dia 17 de junho de 1933, André terminou o 2° grau conseguindo com sucesso o diploma.
André estava já pronto para deixar tudo e seguir Jesus, dedicando-se ao serviço do Senhor. Ingressou no seminário da Ss. Trindade de Lnare, no dia 5 de setembro de 1935, e ali encontrou um ambiente apto para realizar suas aspirações. Depois de alguns meses partiu para a Itália no dia 8 de dezembro de 1935. No dia 24 de dezembro já iniciou o noviciado recebendo o hábito religioso e mudando seu nome para Frei Luis da Imaculada. O mestre dos noviços, Frei Luis Torrisi, compreendeu imediatamente a profunda espiritualidade do jovem e sua vontade decidida de percorrer até o fim, o caminho da santidade. Seu comportamento como noviço revelava uma alma humilde, absorvida em Deus, disponível a cumprir a sua vontade.
Alguns dias antes de terminar o noviciado, o Servo de Deus expressou humildemente ao mestre o desejo de mudar seu nome religioso, para: Frei Luis Maria de Jesus Crucificado. Quando foi interrogado sobre o motivo da mudança de nome, respondeu com um sorriso: “Agora com todo o coração posso dizer junto ao Apóstolo: Vivo eu? Já não sou eu; na verdade é Cristo que vive em mim!!! E disse ainda: “O meu lema na vida religiosa será: Por Maria, com Maria e em Maria até Jesus, que foi obediente até a morte, e morte de cruz e do qual devo ser seguidor: por isso mudei meu nome religioso, com a autorização dos superiores”. No Natal de 1936 consagrou-se ao Senhor com os votos de obediência, pobreza, castidade e humildade. Este último voto é expressão do carisma próprio dos Agostinianos Descalços.
Após o noviciado começou seus estudos em preparação ao sacerdócio. Porém, no início de 1938, começou a sentir dores nas costas: eram os primeiros sintomas da doença que o levou à morte. Conseguiu igualmente acabar o ano letivo, mas no ano seguinte as dores se intensificaram e teve que suspender seus estudos. Os exames clínicos revelaram um câncer na tiroide, pelo que foi necessário interná-lo no policlínico “Rainha Helena” de Roma.
E assim, rezando dia e noite, e oferecendo o seu grande sofrimento pela salvação da humanidade, o santo jovem esperava a chegada do Senhor. Nos últimos dias pôde participar da Santa Missa celebrada, por uma especial autorização, em seu quarto, e recebeu com muita piedade a Eucaristia: junto com Jesus, de mãos cruzadas no peito, renovou o dom de si mesmo ao Senhor. No dia 16 de agosto de 1939, às 13:15 horas, após de ter recebido os sacramentos, descansou no Senhor. As suas últimas palavras foram: “Jesus por ti! Nas tuas mãos Senhor, confio o meu espírito”. Frei Luis Maria Chmel do Ss. Crucifixo é um exemplo atual de vida cristã e agostiniana, que pode ajudar, sobretudo os jovens a darem sua pessoal resposta evangélica. Frei Luis lembra a todos o sentido mais profundo da vida com as maravilhosas palavras de Sto. Agostinho: “Fizeste-nos para Ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto, enquanto não repousar em Ti!” (Confissões 1,1,1).
Frases do Frei Luis Chmel
Com muito fervor e humildade agradeço ao Onipotente porque estou bem de saúde e feliz na Ordem. Já passou um ano desde que, com a ajuda de Deus, entrei no seminário. Glória ao Senhor por me haver chamado para a Ordem. Como sou contente! (Seminário Santa Maria Nova, 5.9.1936, ao Prior de Lnare).
Agradeço a Deus com muito fervor porque estou bem, e porque me acostumei bem a essa terra italiana, mas não a tudo. Sou feliz porque aqui tenho a possibilidade de conhecer a verdadeira estrada da perfeição, que é tão necessária para um religioso. A imundícia deve ser eliminada do mundo “para que sejais um só coração e uma só alma em Deus. (Seminário Santa Maria Nova, 8.2.1936, ao Prior de Lnare).