A presença dos Agostinianos Descalços em Pesaro (IT), pode ser considerada breve, mas muito rica de experiência religiosa, pastoral e missionária. Os primeiros religiosos Agostinianos Descalços, Frei Airton Mainardi e Frei Edecir Calegari, chegaram na paróquia Santo Agostinho de Pesaro no final de 2002. A estes dois sacerdotes se uniram outros três, recém ordenados, provenientes das Filipinas: Frei Aristóteles Sayson, Frei Sócrates Hidalgo e Frei Claudio Bonotan.
A iniciativa de assumir uma nova comunidade religiosa na Itália foi, primeiramente, da Província italiana, pois queria abrir uma comunidade, com sacerdotes jovens, que pudessem trabalhar mais diretamente na pastoral vocacional e também de encontrar uma estrutura física que pudesse servir para acolher futuros candidatos à vida religiosa. Em Diálogo com a Ordem de Santo Agostinho (OSA), soube-se que estava deixando o convento e a Paróquia Santo Agostinho de Pesaro, cidade com uma população de cerca 90 mil habitantes, destaca-se a presença de algumas universidades. No centro da cidade ficava a igreja Santo Agostinho, a qual chamava a atenção pela sua história e beleza. Esta era, sem dúvida, uma das igrejas mais lindas da cidade. Parecia o ideal que se estava procurando, estrutura boa, cidade considerável, muitos jovens e uma longa tradição e espiritualidade agostiniana, tanto que os paroquianos sentiam-se orgulhos de serem filhos de Santo Agostinho.
A Província italiana realizou seus trabalhos pastorais de 2002 até o final de 2009. Durante este tempo, muitos foram os religiosos que prestaram serviço a esta comunidade. Além dos pioneiros acima citados, recorda-se o Frei Salésio Sebold que foi Prior e pároco do dia 1° de outubro de 2004 até setembro de 2008, o Frei Eugenio Giuliano Del Médico, o Frei Elves Alano Peroni, assim como foram muitos os religiosos estudantes que passaram colaborando nas diversas atividades da paróquia, sobretudo durante o período de férias.
Em 2010 a Província italiana sentindo dificuldades em dar continuidade aos trabalhos pastorais iniciados, sobretudo por causa da diminuição do número dos seus religiosos, decidiu deixar a comunidade. Foi então que a Província brasileira decidiu assumir a paróquia e a comunidade.
Os dois primeiros religiosos da Província brasileira escolhidos para trabalharem em Pesaro foram, Frei Antônio Desideri e Frei Carlos Topanotti. No final de agosto de 2010, após o retorno do Frei Carlos para o Brasil, Frei Valdecir Soares foi chamado para substituí-lo. No ano seguinte, exatamente no dia 27 de Agosto, Frei Sidnei Guerino Ruffatto chegou a Pesaro para compor a comunidade.
Em 2012, Frei Sidney retornou ao Brasil e Frei Rosário Pallo foi para substituí-lo. No mesmo ano, Frei Antonio Desideri voltou para o Brasil deixando seu lugar para Frei Eder Angelo Rossi, que até então residia no convento “Gesú e Maria” de Roma, por motivos de estudo. Frei Rosario Pallo, infelizmente, durante o verão de 2013, exatamente no dia 23 de julho, quando voltava de uma celebração eucarística, acabou sofrendo um grave acidente de trânsito com vários danos físicos. Nos meses seguintes, sua situação foi se agravando cada vez mais a causa de outras complicações e acabou falecendo no dia 11 de janeiro de 2014. Veio para substituí-lo Frei Gelson Lazarin.
Após alguns anos à frente desta paróquia, a Província brasileira, percebendo que o objetivo vocacional, pelo qual fora assumida, não havia correspondido, de comum acordo com o bispo diocesano e com a Província dos Agostinianos (OSA), deixou o Convento e a Paróquia Santo Agostinho de Pesaro, no dia 16 de julho de 2015.
Experiência pastoral na Paróquia Santo Agostinho
Embora a presença dos Agostinianos Descalços tenha sido breve em Pesaro, esta foi muito rica como experiência religiosa, missionária e pastoral. Foi ao mesmo tempo desafiadora, tanto para os religiosos, chamados a conhecer uma nova língua e uma nova cultura, quanto para a comunidade paroquial, interpelada a abrir-se para acolher sacerdotes vindos de outras nações com tantos limites, mas também com tanta experiência pastoral a ser partilhada.
A Paróquia Santo Agostinho, desde o início acolheu calorosamente os missionários, manifestando muita sensibilidade, colaboração e entusiasmo. Solidamente edificada na história e na espiritualidade agostiniana sempre manifestou um profundo amor pelo santo padroeiro e muito respeito pela Ordem Agostiniana.
A paróquia era pequena, como a maioria das paróquias desta região da Itália, composta por cerca de 800 famílias. Não obstante isso, possuía toda a estrutura pastoral e administrativa necessárias para a evangelização.
Foi em Pesaro que surgiu a “ONG, amigos de Santo Agostinho”, dedicada a ajudar famílias e adolescentes em dificuldades na cidade de Ampére (PR). O projeto atualmente continua suas atividades no Centro Social da Paróquia de Ampére, desenvolvendo um papel importante, sobretudo na formação humana e profissional dos adolescentes. Este projeto é conhecido por todos como “Projeto Luti” e recebe a ajuda de muitas pessoas.
Uma outra atividade muito gratificante realizada na paróquia era a benção das famílias. Durante a quaresma, os sacerdotes passavam visitando e abençoando as famílias da paróquia, era um momento importante para encontrar os paroquianos, de modo particular os doentes.
Muitos foram os desafios enfrentados, mas a disponibilidade e a colaboração dos leigos empenhados nas mais diversas atividades fez com que tais dificuldades fossem superadas com serenidade em espírito de igreja e de família.
A Ordem dos Agostinianos Descalços será sempre grata à Diocese de Pesaro por esta edificante experiência missionária concedida aos religiosos das Províncias italiana e brasileira.
Frei Valdecir Soares, oad