Revista Ide e Anunciai 5. A Partida, a Chegada

Sábado 29 de maio de 1948: a partida

Dos antigos e exuberantes sinos de Gênova se escutam distintamente alguns toques, anunciando o meio-dia. Quando o eco do último toque se some, o moderníssimo transatlântico, Ana Costa, recolhe a âncora e começa sua segunda viagem ao Brasil, Uruguai e Argentina.

No navio, em meio a tantos desconhecidos, se fazem notar, porque levam ostensivamente uma cruz de madeira no pescoço, três jovens missionários Agostinianos Descalços. São os sacerdotes: Luigi Raiomondo, Antonio Sccacchetti e Francesco Spoto. O primeiro é genovês, o segundo romano e o terceiro siciliano. Estes sorriem e choram. Sorriem de alegria e de esperança, e choram de tristeza e de saudade…

A viagem é longa e monótona porque só se vê céu e mar, parece que não tem mais fim. Finalmente ponto final da nossa viagem: Rio de Janeiro.


 

 

Sexta feira, 12 de junho de 1948: a chegada

São precisamente oito da manhã. Um calor abafado e sufocante torna difícil até respirar. A temperatura entorno dos 30 graus. O navio Ana Costa rebocado pelo pequeno escaler da guarda costeira, se aproxima lentamente do porto do Rio de Janeiro, fazendo ouvir o estridente som da sua sirene. Finalmente o navio joga a âncora e permanece imóvel, diria Carducci, “come un monumento”.

No porto, cheio de gente alegre que saúda os passageiros, aparecem dois sorridentes sacerdotes: O Provincial dos Recoletos Pe. Angelo Carestidi e um sacerdote de Dom Orione (do qual não lembro o nome) que nos dão um abraço e as boas vindas no nosso novo campo de trabalho. É um alegre encontro entre Ordens religiosas. Os Recoletos chegaram em 1898, foram os primeiros, depois em 1913 os filhos de Dom Orione, e por último nós, em 1948.

SPOTO, Francesco. Gli Agostiniani Scalzi in Brasile. Valverde: s.e., 1990.

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